As preocupações com os desdobramentos das manifestações bolsonaristas, que acontecerão na próxima terça-feira (07) , não são motivo de preocupação apenas aos governadores. Um grupo de 1.500 acadêmicos e militantes - brasileiros e norte-americanos - assinaram uma carta em que alertam para uma possível reprodução da invasão do Capitólio em solo brasileiro. As informações são da jornalista Malu Gaspar.
A iniciatica recebeu o nome de "Que a Esplanada não seja o novo Capitólio" e é assinada pela Rede nos Estados Unidos pela Democracia do Brasil. O grupo, inclusive, entregou um dossiê ao presidente Joe Biden, em fevereiro deste ano, para que os Estados Unidos congelassem as negociações e alianças com o Brasil no período em que Jair Bolsonaro ocupasse a cadeira de presidência da República.
A carta alega que, "dadas as ações do presidente Bolsonaro, esse ano é possível que a data seja marcada por altos índices de violência que podem levar o país a uma desestabilização política sem retorno".
De acordo com o grupo, os atos convocados pelo mandatário poderiam ser usadas como justificativa para futuras medidas autoritárias.
"Caso as aglomerações no dia 7 de setembro gerem confrontos violentos entre manifestantes na capital federal ou em outras partes do país, Bolsonaro poderá usar tais eventos para alegar a necessidade de tomar medidas especiais, tais como fazer um pedido pela decretação de Estado de Sítio [...] ele ainda poderá usar como justificativa entre seus apoiadores armados para aumentar as ações por fora das instituições, acirrando ainda mais o contexto político, com consequências trágicas", alega o grupo.
Formado em 2018 na faculdade de direito de Columbia, o grupo conta com uma ampla representação em 45 estados norte-americanos e também na Europa.