SP: Situação dos reservatórios é pior do que na pré-crise hídrica de 2013
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SP: Situação dos reservatórios é pior do que na pré-crise hídrica de 2013

O sistema de abastecimento de  água em São Paulo encontra-se, nesta quarta-feira (01), em situação pior do que a vivida na pré-crise hídrica em 2013, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As informações são do portal G1.

Em 2013, os reservatórios paulistas contabilizavam uma maior quantidade de água disponível e, mesmo assim, houve crise de abastecimento nos dois anos seguintes. De acordo com especialistas, a situação aponta para uma provável falta de agua nas residências da Grande São Paulo no próximo ano.

O professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Luiz Côrtes, explica que "sistematicamente, conforme indicavam as previsões climáticas realizadas desde o final do ano passado – e atualizadas mensalmente – a situação dos mananciais está piorando. Hoje, temos que todos os sistemas produtores disponíveis em 2013 estão em situação pior. Como resultado, temos 19,2 pontos percentuais menos água armazenada em 2021 do que no mesmo período de 2013. Isso reforça a perspectiva de que esta nova crise hídrica se transforme em uma crise de abastecimento em 2022."

Na última terça-feira (31), o Cantareira, principal sistema de fornecimento de água em São Paulo - responsável pelo abastecimento de mais de 7 milhões de pessoas diariamente, funcionou com 37,1% da sua capacidade total. A diferença para o mesmo período de 2013 é de 10,2%, já que em 31 de agosto daquele ano, o Cantareira possuia 47,3 pontos percentuais de armazenamento total.

Para operar em sua normalidade, é necessário que o sistema tenha água em mais de 60% da sua capacidade. Atualmente, o estado é de alerta no Cantareira, por operar acima dos 30% e abaixo dos 40%.

Os sistemas Alto Tietê e Rio Claro abastecem 5,2 milhões e 1,3 milhão de pessoas e encontram-se com 44,6% e 44,1% de armazenamento, respectivamente. O único que não se encontra em déficit é o São Lourenço, já que este iniciou suas operações em 2018.

"A situação atual dos reservatórios coloca por terra aquela suposição de que um sistema produtor poderia compensar a redução de capacidade de outro sistema. Hoje, todos sistemas que operavam em 2013 estão em situação pior. O Sistema São Lourenço, que passou a operar em 2018, atende a pouco mais de 5% do consumo da região metropolitana de São Paulo. Ele não tem capacidade de reverter a situação de escassez em outros sistemas produtores", explica Côrtes.

No entanto, a Sabesp afirmou em 13 de agosto que "não há risco de desabastecimento neste momento na Região Metropolitana de São Paulo, mas reforça a necessidade do uso consciente da água".


De acordo com a empresa, "a companhia vem realizando nos últimos anos ações que dão mais segurança hídrica à RMSP: ampliação da infraestrutura (com destaque para a Interligação Jaguari-Atibainha e o novo Sistema São Lourenço, ambos em operação desde 2018), integração e transferência entre sistemas, além de campanhas de comunicação para o consumo consciente de água por parte da população. Essas iniciativas permitem afirmar que não há risco de desabastecimento na Região Metropolitana neste momento de estiagem e a projeção da Sabesp aponta níveis satisfatórios para os próximos meses até 2022."

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