A Justiça de Mato Grosso determinou nesta quinta-feira medidas protetivas em favor de Viviane Kawamoto Pivetta, ex-mulher do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta . A decisão estabelece que o político mantenha-se a pelo menos 500 metros de distância da ex-companheira.
Pivetta foi indiciado pela Polícia Civil de Santa Catarina por lesão corporal leve. Ele é acusado de violência doméstica por Viviane
, mas nega o crime. A agressão teria ocorrido no dia 7 de julho, quando o casal estava na casa de Pivetta em Itapema, no litoral de Santa Catarina.
A decisão da juíza Tatiane Colombo também estabelece que Pivetta não mantenha qualquer contato com a ex-mulher. E determina que o vice-governador não se comunique com qualquer testemunha do caso.
A sentença ainda fixou uma pensão mensal no valor de R$ 10 mil, em benefício de Viviane. O valor deve ser depositado até o dia 10 de cada mês, conforme a sentença. No pedido à Justiça, Viviane requereu o bloqueio de R$ 2 milhões do ex-marido e a proibição da venda, cessão ou doação de qualquer ativo de suas empresas. O pedido foi negado pelo Judiciário.
Em nota, a defesa do vice-governador afirma que Viviane obteve derrotas em pedidos financeiros feitos à Justiça. E menciona a redução no valor da pensão, a negativa ao bloqueio de bens e da entrega da documentação de um carro em nome de Pivetta, mas usado pela ex-mulher.
O advogado de Viviane, Huendel Rolim, não vai se manifestar.
O casal está divorciado desde a segunda-feira, quando a Justiça aceitou um pedido unilateral feito pelo político pelo fato de o casal ter assinado separação total de bens e, também, por não ter filhos juntos, o que, no entendimento do magistrado responsável pela decisão, dispensa o contraditório.
Denúncia
Viviane afirma que foi espancada e estrangulada por Pivetta. Em áudio obtido pelo GLOBO, a advogada telefona para a polícia após a sessão de agressões que teria ocorrido em Santa Catarina. Na ocasião, ela relata chora e pede que uma viatura seja enviada para socorrê-la.
"A gente teve uma discussão durante o dia, normal... E agora à noite ele me falou: 'vamos orar!' E eu fui com ele na sala e lá eu tava com a coberta e ele começou a me estrangular com a coberta. E bater com minha cabeça no sofá. E começou a me chutar. E eu, pra me defender.... E ele pegou meu telefone... 'você vai ligar pra polícia? Vai ligar pra polícia?'. Ele pegou meu celular e começava bater no chão".
De acordo com Viviane, o vice-governador só parou as agressões após ela ter segurado nos testículos do marido e apertado. Conforme consta no áudio, a advogada fez o telefonema em frente ao apartamento onde o casal estava. Ela informou ao policial que era um caso de violência doméstica e que o marido não havia bebido.
Dinheiro pelo silêncio
Viviane afirmou ter recebido uma oferta em dinheiro para desistir da denúncia de agressão feita contra o marido.
"Eu fui no escritório dele, nós conversamos, ele me pediu perdão, me pediu desculpas e pediu para voltarmos. Eu aceitei por amor", disse Viviane, em entrevista à Gazeta Digital, de Cuiabá.
O diálogo aconteceu no escritório de Pivetta, na presença do advogado Pascoal Santullo, segundo Viviane. Ela afirma que uma ligação da secretária de Estado de Comunicação, Laice Souza, a fez desistir da reconciliação.
"Ela [Laice] ligou e não sabia que o Pascoal Santullo tinha colocado no viva voz. Então ela disse para o Pascoal se eles [Pivetta e Santullo] estavam abertos a soltar 'uma bolada' para calar a minha boca e eu assumir tudo. Para calar a boca dessa mulherzinha", afirmou Viviane.
Em nota, Laice de Souza informou que está acionando Viviane por calúnia e difamação e que já registrou um boletim de ocorrência sobre o caso "para que o processo tramite na esfera criminal, com todas as provas já colhidas".