Rio - Uma baleia foi encontrada morta, no início da manhã desta quarta-feira, dia 18, na Praia de São Conrado, na Zona Sul do Rio. O corpo do animal, que mede cerca de oito metros, está próximo a descida da Avenida Niemeyer, no canto esquerdo da orla. Uma equipe da Comlurb, empresa de limpeza urbana do município, está no local. Banhistas e moradores da região se aproximam e tiram fotos.
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No mês passado, duas baleias jubarte foram encontradas mortas na praia de Ponta Negra, em Maricá, na região metropolitana do estado. Na ocasião, um grupo de biólogos do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua), da UERJ, examinou o animal, mas não foi possível determinar a causa da morte em razão de sua decomposição avançada.
No entanto, o mais provável é que as duas baleias tenham morrido por inanição ao se afastarem de onde estavam suas mães e, com isso, ficarem sem comida. O biólogo Rafael Carvalho, que integra a equipe do Maqua, considera a possibilidade de que as duas baleias encontradas mortas em Maricá sejam pertencentes ao mesmo grupo ou até mesmo irmãs.
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Antes da retirada da areia, uma equipe de biólogos do Maqua realizou coleta de material para autópsia. Depois os restos do mamífero foram levados para o Centro de Tratamento de Resíduos do Anaia, em São Gonçalo.
Em junho, uma baleia foi encontrada na Praia da Parnaioca, na Ilha Grande, na Costa Verde. O animal chegou a ficar mais de dez dias no local, provocando um cheiro forte.
Encalhes
Ao menos 48 baleias jubartes encalharam no litoral brasileiro e marcaram o primeiro semestre de 2021, aponta balanço do Projeto Baleia Jubarte. Os registros começaram em abril, dobraram em maio e em junho os números dispararam com 32 mortes, sendo considerado o terceiro pior mês dos últimos tempos, no Brasil. O total de mortes é um número inédito para esta época do ano.
Para o veterinário Milton Marcondes, especialista em baleias, a situação é atípica e esses dados podem subir ainda mais até o fim do ano porque o pico de encalhes ocorre entre agosto e setembro.
— Normalmente as primeiras jubartes começam aparecer em maio, em junho aumenta um pouquinho e julho já começa a ter bastante baleia. É a época que elas estão passando pelo Rio de Janeiro, indo para o banco dos Abrolhos, ao sul da Bahia e norte do Espírito Santo. O pico em que elas encalham é em agosto, que coincide com o nascimento dos filhotes, e depois esses registros começam a diminuir. Quando chega em novembro elas estão indo embora — explica Marcondes, coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, que compara os números aos meses de agosto de 2017 com 46 mortes e agosto de 2018 com 45. Nesses dois anos, os encalhes ultrapassaram a barreira dos 100 registros