Depois de dizer que o lugar de "fascista é na lata do lixo da história" , durante seu discurso na votação da PEC 135/19 (a do Voto Impresso) , na noite desta terça-feira (10), a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) atacou a extrema direita e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Segundo a parlamentar, Bolsonaro é o filho mais podre de um sistema político defendido pela extrema direita no Brasil. "Ele vai ser julgado pelos crimes contra a humanidade que cometeu. Se vai ser agora ou daqui a dez anos, no Tribunal de Haia, aí nós não sabemos. Mas ele será julgado porque foram crimes gravíssimos contra o nosso povo, contra os indígenas, contra o meio ambiente, sobretudo, contra a vida neste enfrentamento à pandemia", disse em entrevista exclusiva ao IG.
"Quando falei a frase [sobre o fascismo no plenário], eu falei da extrema direita num sentido histórico, como um movimento de violência e de ataque às liberdades democráticas. Então, eu acho que a lata do lixo espera a extrema direita, que mostrou a cabeça para o Brasil com o Bolsonaro e o bolsonarismo", continuou.
Para Fernanda, apesar de ter chegado à liderança do Executivo brasileiro há três anos, Bolsonaro tem perdido a força no Brasil. No entanto, ela ressaltou que ele precisa ser derrotado "não só eleitoralmente e não só com a queda em um possível processo de impeachment".
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"Eles [Bolsonaro e bolsonaristas] precisam ser derrotados como um processo de extrema direita, politica e socialmente. É um desafio que nós temos. Isso é fundamental. Precisamos de uma mobilização e organização da sociedade. A gente precisa atacar a raiz dos problemas. Ele é o filho mais podre deste sistema político. Não tenho nenhuma dúvida disso", declarou. "Já se colocaram nazistas, fascistas e integralistas na lata do lixo. Cabe à nossa geração colocar o bolsonarismo no mesmo lugar".
A deputada disse, também, que é preciso achar soluções antissistema, com programas sociais, econômicos e políticos: "Que tragam taxações dos ricaços para garantir politicas aos mais pobres, programas de criação de empregos, proteção às mulheres, aos negros, indígenas, à população LGBT, políticas ambientais, enfim...São coisas fundamentais", avaliou.
Protestos
Fernanda afirmou que o arquivamento da PEC do Voto Impresso foi uma vitória importante e que a votação favorável ao texto da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) - 229 votos - já era esperada. "Como também era esperada a distância longa para os 308 votos necessários para a PEC não ser arquivada", afirmou. "Esse discurso de fraude é criminoso e ele [Bolsonaro] continua repetindo", continuou a parlamentar.
Por fim, a deputada do PSOL disse que as vozes democráticas precisam se levantar contra Bolsonaro, primeiro em uma manifestação contra as privatizações, no próximo dia 18 de agosto, e, depois, numa grande mobilização anti-bolsonrista, pedidndo o impeachment do presidente da República, marcada para o dia 12 de setembro. "Vamos dizer que não aceitamos o golpismo do Bolsonaro", finalizou Fernanda.