O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira que existe "consenso amplo" de que a cloroquina não tem eficácia contra a Covid-19 quando é aplicada no ambiente hospital. Queiroga ressaltou, no entanto, que o uso do medicamento em outras fases da doença ainda será avaliado pelo governo.
Queiroga deu a declaração ao ser questionado sobre um documento que o Ministério da Saúde enviou à CPI da Covid, na semana passada, informando que a cloroquina não teve "benefícios clínicos" em pacientes hospitalizados.
"Em relação ao tratamento farmacológico no hospital, é um consenso amplo que essas medicações não teriam aplicabilidade. E é nesse sentido que avançamos. As outras fases do tratamento serão discutida na Conitec no tempo hábil", afirmou Queiroga, ao chegar no Ministério da Saúde na manhã desta segunda-feira.
O documento enviado à CPI foi uma nota técnica, elaborada a partir de estudos feitos pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao ministério. A nota cita outros medicamentos, como a azitromicina e a ivermectina, também sem eficácia.
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"Alguns medicamentos testados não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados e, portanto, houve recomendação desfavorável ao seu uso, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir + ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população", diz o texto.
O presidente Jair Bolsonaro defende o uso da cloroquina contra a Covid-19 desde o início da pandemia, apesar de diversos estudos mostraram que o remédio não tem eficácia contra a doença.