Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso de outra medicação não comprovada científicamente contra a Covid
Reprodução / CNN Brasil
Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso de outra medicação não comprovada científicamente contra a Covid

Após receber alta na manhã deste domingo do Hospital Vila Nova Star , em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a mentir e a defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento da Covid-19. Ele disse que vai cobrar do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um estudo sobre um novo remédio, a proxalutaminda, que segundo ele já estaria sendo utilizada contra a doença em outros países.

Estudos científicos já mostraram a ineficácia de drogas como a cloroquina, para "tratamento precoce" da doença.

"É uma droga que está sendo estudada e que em alguns países têm apresentado melhora. Existe no Brasil de forma não ainda comprovada cientificamente, de forma não legal, mas tem curado gente. Vou ver se a gente faz um estudo disso daí para a gente apresentar uma possível alternativa. Temos que tentar. Tem que buscar alternativas e, com todo respeito, eu não errei nenhuma. Até quando eu zerei os impostos da vitamina D", afirmou o presidente.

Bolsonaro afirmou que se surpreende com o fato de que, no Brasil, "quem fala em cura da doença é criminoso".

"Não é chute. É estudo. Não consigo entender por que criminalizar qualquer possibilidade de se descobrir uma alternativa ou remédio", disse.

Ineficácia da cloroquina

Defendida por Bolsonaro desde o início da pandemia como parte de um "tratamento precoce" para a Covid-19, a cloroquina já teve sua ineficácia comprovada contra a doença em uma série de ensaios clínicos. Sociedades médicas e centros de referência já emitiram também recomendações contrárias ao uso da droga.

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Técnicos do próprio Ministério da Saúde já afirmaram não ser possível comprovar os benefícios do uso da cloroquina e derivados para prevenir ou mesmo tratar pacientes de Covid logo no início do quadro clínico.

Em pesquisas já realizadas com o medicamento, ele não apresentou qualquer diferença ou trouxe qualquer benefício em relação ao tratamento comum, com oxigênio e antivirais. Ao contrário: além de ineficiente na melhoria do estado de saúde de pacientes, pode provocar efeitos cardíacos e hepáticos adversos. A medicação normalmente é usada contra artrite reumatoide e malária.

Em janeiro deste ano, a Sociedade Brasileira de Infectologia publicou nota desaconselhando o uso desse e outros remédios para a Covid. "A SBI não recomenda tratamento farmacológico precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício", afirmou a entidade.

Críticas à CPI

Na saída do hospital, o presidente voltou a fazer criticas à CPI da Covid e disse que "só Deus" o tira da cadeira da presidência.

"Se aparecer corrupção no meu governo, vou ser o primeiro a buscar uma maneira de apurar isso daí e deixar na mão de Justiça para que seja apurado", disse ele, afirmando que o país está há dois anos e meio sem corrupção.


O presidente embarcou no aeroporto de Congonhas de volta a Brasília e disse que vai despachar do Palácio do Planalto nesta segunda-feira.

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