RIO - Um dia após a morte da jovem grávida Kathlen Romeo, durante uma operação policial no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio , o prefeito Eduardo Paes afirmou, em reunião com empresários e investidores, que a segurança pública é o principal desafio para o turismo no Rio. Ao final do evento, Paes, questionado pela imprensa, se disse indignado com a morte de Kathlen e pediu por uma política de segurança pública que "investigue mais e mate menos".
— O que a gente não pode é começar a achar que essas tragédias são naturais. É uma situação que a gente tem que permanentemente manifestar nossa indignação. Não quero aqui, sem a devida apuração, culpar fulano ou beltrano. A gente precisa de uma política de segurança pública que prenda mais, condene mais, investigue mais e mate menos. Tem gente que gosta de morte, eu não gosto de morte. Então esse processo que temos que consertar. Eu, como prefeito, fico triste, indignado e acho que não podemos perder a capacidade de se indignar diante se tais fatos. Pessoas não são apenas número na estatística de balas perdidas ou achadas na cidade do Rio — afirmou Paes.
Durante o almoço realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), Paes não mencionou o caso específico de Kethlen. Mas ele elencou a segurança pública como o principal desafio para o turismo doméstico e internacional no Rio. O tema foi tratado após empresários perguntarem a ele sobre planejamento e expectativa da prefeitura para a retomada do turismo. Na sua visão, o Rio sofre por ter uma imagem manchada pela violência.
— Acho que principal questão que tira turista da gente é a questão da violência, apesar de não ser o principal problema quando o cara vem para cá. Mas ele vê na televisão bomba explodindo, pessoas armadas. Paulista morre de medo da Linha Amarela e da Linha Vermelha. Acho que questão da segurança pública é o principal desafio para nosso turismo doméstico e internacional — explicou o prefeito, que ainda citou outros obstáculos. — Tem tarifa de passagem, distância, problema de estrutura, além dos problemas de imagem.
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Além disso, o prefeito destacou que, ainda por efeito da pandemia, o turismo no Rio será retomado a partir das viagens domésticas. Como em outros momentos do evento, Paes lançou indiretas a outras autoridades políticas na sua resposta.
— O ministro Paulo Guedes não quer que secretárias do lar viajem a Miami. E eu não quero que os ricos brasileiros viajem para Miami. Quero que o paulista venha para o Rio — provocou Paes, que se alternou entre elogios a Fernando Henrique Cardoso e Lula, e críticas a Dilma e Jair Bolsonaro.