A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) anunciou a prisão de 14 suspeitos de participação na onda de ataques registrada ontem em Manaus
. A capital amazonense viveu um dia de caos, com ao menos 17 focos de incêndio, que tiveram como alvos viaturas policiais, ônibus, prédios públicos, estabelecimentos comerciais e uma agência bancária.
Segundo a delegada-geral da Polícia Civil, Emilia Ferraz, 13 dos presos estariam envolvidos diretamente nos atentados, e um seria o mandante. A SSP-AM informou ainda que a ordem para os ataques teria partido de dentro um presídio da cidade, e teria sido executada em represália à morte de um traficante.
"Eu quero informar que quem for localizado dando essa ordem, será solicitada a transferência dele para presídio federal", disse o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Coronel Louismar Bonates.
O transporte público teve de ser paralisado ontem na cidade, com ao menos 14 ônibus incendiados desde a madrugada. Um vídeo obtido pela polícia mostra alguns criminosos ateando fogo ao prédio onde funciona uma estação de ônibus. Um distrito de obras da Prefeitura de Manaus também foi alvo de ataque. O prédio onde funcionava o escritório e um trator acabaram incendiados. Um funcionário informou que cinco homens chegaram de manhã ao local, sem máscaras, e avisaram aos vigilantes que iriam “incendiar tudo”. Durante o ato, eles chegaram a jogar gasolina em um dos funcionários.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi interceptada por criminosos, segundo a Secretaria de Segurança Pública. O efetivo policial de Manaus foi triplicado durante o dia.
“Criamos um comitê para apurar os atos de vandalismo na capital e região metropolitana e punir os responsáveis. Não toleramos o crime organizado e vamos continuar combatendo o tráfico de drogas”, disse o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), em nota no Twitter.
A onda de atentados foi registrada ainda em algumas cidades do interior do Amazonas. Parintins, Manacapuru e Careiro Castanho estão entre os municípios que sofreram ataques, com ônibus e prédios públicos incendiados.