Operação em Jacarezinho, no RJ
Reprodução/TV Globo
Operação em Jacarezinho, no RJ

Nesta quarta-feira (19), o Grupo do Trabalho ( GT) de Defesa da Cidadania, chefiou e solicitou um pedido de apuração independente, com auxílio da Polícia Federal, para analisar a operação policial feita no Jacarezinho, Rio de Janeiro, no dia 6 de maio . Segundo o órgão, o pedido foi reluzido devido ao alto número de fatalidades ocorridas durante a ação e da adulteração de cenas do crime. As informações foram apuradas pelo Uol.

No documento entregue ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, a coordenação do GT declara que uma maior apuração é relevante para  evitar impunidade e ressaltou sobre uma investigação desenvolvida na Polícia Civil sobre execuções em uma operação policial, na favela Nova Brasília, em 1994 e 1995.

O GT emprega que, caso aconteça uma investigação independente no MPRJ, não devem ser utilizadas as provas construídos no inquérito da Polícia Civil, sobre a ação que resultou em 28 mortos , sendo que um deles era policial. De acordo com o departamento, documento da Polícia Civil é provável que seja arquivado.

"Entendemos que deve haver uma única investigação a ser implementada pelo MPRJ com o auxílio da Polícia Federal", afirmou o Grupo de Trabalho de Defesa da Cidadania, refutando a repetição do roteiro da apuração da tragédia de Nova Brasília, responsável por condenação do Estado brasileiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. "Entendemos que todas as provas devem ser produzidas de forma autônoma pelo Ministério Público, tanto provas testemunhais quanto materiais, quando possível, inclusive, realizando-se por órgão técnico independente as perícias diretas e indiretas necessárias", manifestou o órgão.

Em documento enviado ao MPRJ, o GT de Defesa da Cidadania solicitou que o procurador-geral de Justiça considere que os policiais civis participaram da operação sendo que alguns deles, estiveram no local do ocorrido no momento da ação. 

"A ausência de preservação das cenas de crime e a apresentação de pouco mais de 20 armas para perícia, em uma operação que contou com 200 agentes, já revelam, por si só, um descompromisso com a busca da verdade real", destacou o grupo.

O GT Interinstitucional de Defesa da Cidadania obtém casos, acompanha e envia casos que violem os direitos humanos por agentes da Segurança Pública do Rio de Janeiro. Tem filiação com a Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e com o Sistema Prisional (7CCR), do MPF. Além de ser composto por integrantes de Defensorias Públicas (DPU e DPE/RJ), pela Ordem dos Advogados (OAB/RJ), Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio, com o Centro de Assessoria Popular Mariana Criola, Fórum Grita Baixada, Frente Estadual pelo Desencarceramento do Rio, Maré 0800 Movimento de Favelas do Rio de Janeiro, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial/Baixada-Fluminense.

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