Processo foi aberto na tarde desta segunda-feira (26)
Renan Olaz/CMRJ
Processo foi aberto na tarde desta segunda-feira (26)

Os membros do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores decidiram, por unanimidade, pela  cassação do mandato do Dr. Jairinho (sem partido), preso acusado de torturar e matar o seu enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos. A decisão foi tomada durante uma reunião na tarde desta segunda-feira para definir a abertura do processo de cassação. O relator foi escolhido por sorteio e os membros tiveram acesso aos autos do inquérito policial, que puderam examinar por 48 horas. A avaliação predominante é a de que o decoro parlamentar foi quebrado, inclusive, por abuso de poder e tráfico de influência.

No dia 8, o grupo de parlamentares havia aprovado o afastamento do vereador do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, do qual ele também fazia parte. No mesmo dia, Dr. Jairinho teve seu salário suspenso pela Casa e, a partir do trigésimo dia preso, ficará formalmente afastado do cargo como manda o Regimento Interno. Em nota, a Executiva Nacional do Solidariedade, em conjunto com a Estadual do partido, também informou, diante dos fatos revelados, que o vereador foi, de forma sumária, expulso da sigla.

O vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a mãe de Henry, Monique Medeiros da Costa e Silva , foram presos em suspeita pelo envolvimento na morte da criança e serão indiciados por tortura e homicídio qualificado. Os dois foram presos em Bangu, na Zona Oeste do Rio, por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca). Após um mês de investigação, a polícia concluiu que o vereador agredia o enteado, e que a mãe da criança sabia disso — pelo menos desde o dia 12 de fevereiro.

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De acordo com as investigações, Jairinho dava bandas, chutes e pancadas na cabeça do menino. Ele, Monique e a babá do menino teriam mentido quando disseram que a relação da família era harmoniosa. Jairinho e Monique foram encontrados na casa de uma assessora do vereador . Caso sejam condenados, eles podem ficar presos por até 30 anos.

O laudo de necropsia aponta que o menino teve hemorragia interna e laceração hepática , provocada por ação contundente, e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões. Peritos ouvidos pelo GLOBO afirmam que os ferimentos não são compatíveis com um acidente doméstico. Um alto executivo da área de saúde afirmou ter sido contactado por Jairinho para agilizar a liberação do corpo sem o encaminhamento para o Instituto Médico-Legal (IML) , no Centro da cidade.

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