Madrasta da vítima, Brena Luane Barbosa Nunes foi uma das responsáveis pelo espancamento
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Madrasta da vítima, Brena Luane Barbosa Nunes foi uma das responsáveis pelo espancamento

Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, a menina de 6 anos que foi agredida e torturada pela mãe e a madrasta em Porto Real , no Sul Fluminense, morreu na madrugada deste sábado. De acordo com o boletim médico do hospital particular onde estava internada, a criança sofreu uma parada cardiorrespiratória por volta das 3h30 e não resistiu.

Ainda segundo o boletim, Ketelen chegou na unidade de saúde, transferida do Hospital Municipal São Francisco de Assis, na última segunda-feira, com quadro de politraumatismo e coma arreflexo, apresentando múltiplas lesões corporais agudas e crônicas. Nas últimas 24 horas, o estado da menina se agravou, com ''deteorização das funções vitais''.

No início da semana, Ketelen foi levada para o Hospital Municipal São Francisco de Assis após ser espancada pela madrasta , Brena Luane Barbosa Nunes, e a mãe da menina, Gilmara Oliveira de Farias. Segundo informações, as agressões começaram na sexta-feira (16) e se estenderam até segunda-feira. Elas moravam no bairro de Jardim das Acácias, em Porto Real.

Na última quarta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva das duas agressoras. Na decisão proferida após a audiência de custódia, o juiz Marco Aurélio da Silva Adania frisa a gravidade das lesões sofridas pela vítima, que é filha e enteada das acusadas.

Ao optar por mantê-las presas, o magistrado também enumerou detalhes da violência contra a menina na casa da família. Segundo a mãe da madrasta da criança, que também mora na residência, as agressões começaram no fim da noite de sexta-feira e continuaram por pelo menos 48 horas. Foram "socos e chutes por diversas vezes", além de a vítima ter sido "arremessada contra a parede e contra um barranco de 7 metros de altura, e de ser chicoteada com um cabo de TV", sendo submetida a "intenso sofrimento físico e psicológico", conforme afirma o juiz na decisão.

O magistrado ressalta ainda que as duas presas confessaram o crime à 100ª DP (Porto Real), responsável pelas investigações. Também pesou contra as mulheres o fato de que o socorro só foi acionado na manhã de segunda-feira, quando a menina já não apresentava nenhuma reação — "talvez por temerem seu falecimento", diz o juiz.

Por fim, foi destacado o histórico de violência por parte da madrasta, que tem, entre outros crimes, uma passagem na polícia por agredir fisicamente a própria mãe, uma das testemunhas, agora, no caso envolvendo a menina. "A prisão das flagranteadas merece ser mantida para a conveniência da instrução criminal, diante do fato de que as testemunhas/vítimas, por certo, sentir-se-ão amedrontadas em prestar depoimento estando estas em liberdade", argumenta o magistrado.

Na audiência de custódia, a madrasta da menina informou à Justiça ter sofrido "violência no ato da prisão" — resposta para um questionamento de praxe neste tipo de procedimento. O juiz Marco Aurélio da Silva Adania determinou, então, que cópias dos autos fossem remetidas à Corregedoria Geral da Polícia Militar e à Auditoria Militar, "para apurar eventuais agressões praticadas".

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