O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo nesta sexta-feira (9) ao governo italiano para ajudar na criação de uma "governança mundial" para combater a pandemia do novo coronavírus.
Durante entrevista ao programa italiano Tg2 Post, o petista afirmou que "o Brasil tem um governo totalmente irresponsável" na gestão da emergência sanitária e "desrespeitoso com a população".
"A Covid é um flagelo que deve ser enfrentado mundialmente. Já falei sobre isso a várias lideranças. Quero dizer também à Itália, que presidirá o G-20, e ao primeiro-ministro Mario Draghi, que crie uma governança global para combater a pandemia", afirmou Lula, garantindo que também falará com o papa Francisco.
No programa italiano, Lula voltou a criticar o atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro, chamou ele de "genocida" por seu comportamento e afirmou que deve enfrentá-lo nas próximas eleições presidenciais de 2022.
Segundo ele, se o país tivesse um governo responsável, que incentivasse o isolamento social e o uso de máscaras, a situação seria outra, mas ao invés disso as pessoas vão para a praia.
"Só o Brasil não quer um lockdown porque temos um presidente genocida. É uma palavra forte mas estou me referindo a um presidente [Bolsonaro] que está levando a população brasileira ao genocídio", enfatizou Lula.
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Atualmente, o território brasileiro vive o pior momento da pandemia, com recordes diários de mortes e colapso no sistema de saúde pública. Desde o início da crise sanitária, o país acumula mais de 348 mil mortes e 13,3 milhões de casos de Covid-19.
Para o líder da esquerda brasileira, a situação crítica vai continuar até que haja vacina para todos, mas os imunizantes não podem ser administrados pelo mercado.
Sobre uma possível candidatura para disputas as próximas eleições presidenciais, Lula garantiu que, "se as condições forem boas", irá concorrer em 2022 contra Bolsonaro, porque "a situação no Brasil piorou".
"As condições de visa são críticas, nos anos do meu governo o Brasil foi diferente, os cidadãos tinham orgulho de seu país, as desigualdades eram menores", acrescentou o petista, que também acusou o ex-juiz federal Sergio Moro de condená-lo injustamente.
"Moro se enganou, mentiu. Eu disse a ele: você quer me condenar porque cometi um crime gravíssimo, permiti que os pobres frequentassem as universidades, dei-lhes dignidade e direitos", finalizou.
Segundo pesquisas eleitorais, Lula aparece numericamente à frente de Bolsonaro nas intenções de voto no pleito de 2022.