Caso Henry Borel
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Caso Henry Borel

Uma ex-namorada do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), contou a policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) que, às 11h46 do dia 8 de março - seis horas e quatro minutos após atestada a morte de seu enteado,  Henry Borel Medeiros - eles conversaram “como se nada tivesse acontecido”. Em depoimento, a estudante de 34 anos, afirmou que o parlamentar a enviou mensagens para saber sobre o resultado de seu antibiograma, um exame laboratorial que a moça realizaria depois de se queixar de ardência ao urinar.

De acordo com o termo de declaração da estudante, Jairinho teria escrito no WhatsApp: “Preciso saber o que deu no antibiograma. Tem que tratar, tem que tratar”. Ao responder que não fez o exame, a mulher foi repreendida por ele: “Que loucura é essa?”. A estudante disse que, em momento algum, o amante comentou sobre o ocorrido com Henry, de 4 anos, e que ela ficou sabendo do falecimento do menino por amigos em comum e, depois, pela imprensa. O corpo do menino foi liberado do Hospital Barra D’Or para o Instituto Médico Legal (IML) por volta de 13h.

Ao ser intimada para depor na distrital, no dia 20, a mulher contou ter ligado para a irmã de Jairinho, tendo o próprio posteriormente retornado o telefonema. Ela disse que o vereador a orientou a “ficar tranquila”, pois apenas teria que relatar como fora o relacionamento dos dois e se ele era agressivo. Ela reiterou que ele continuou sem falar sobre o falecimento do enteado tampouco sobre como “se sentia”.

A mulher diz ter começado a namorar Jairinho em 2014, quando assessorava uma vereadora e pediu afastamento do cargo. Ela diz ter ficado com ele durante seis anos, entre idas e vindas, já que na época o parlamentar também era casado com Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois dos seus três filhos. Em janeiro desse ano, a dentista chegou a registrar uma ocorrência também na 16ª DP narrando ter sido agredida por ele.

Na ocasião, Ana Carolina relatou ter presenciado o marido na garagem conversando com outra mulher ao telefone. Ela teria então desistido de uma viagem familiar que já estava programada, e, durante um “ataque de fúria”, Jairinho a segurou pelo braço, a arrastou até a cozinha e passou a ofende-la e chutá-la “por várias vezes com muita força”. Dias depois, ela voltou a delegacia e disse “não querer representar contra ele criminalmente”.

O depoimento da amante é um dos 16 colhidos pelo delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP, nos últimos 20 dias, no inquérito que investiga a morte de Henry. Na tarde desta segunda-feira, dia 29, foram ouvidas a professora do Colégio Marista São José, onde o menino estudou por 20 dias, e a psicóloga que realizou acompanhamento terapêutico com ele por cinco sessões. Ambas as profissionais negaram ter visto qualquer anormalidade em seu comportamento.

Também ontem tiveram início as perícias complementares no apartamento 203, do bloco I, do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, na Zona Oeste do Rio. O imóvel, interditado judicialmente, era onde Henry morava com a mãe, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o namorado dela, Jairinho (Solidariedade), desde novembro do ano passado.

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