A arma usada para matar o empresário Carlos Eduardo Monttechiari foi alugada por um traficante da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro . Em depoimento à Polícia Civil, o autor confesso do crime, Leonardo Lima, contou que pagou mil reais por duas placas de carro e um revólver de calibre 38, que foi devolvido logo após o crime.
O empresário foi morto após descobrir que Priscilla de Oliveira, síndica de um condomínio da Barra da Tijuca, estava desviando recursos do condomínio. Priscilla e Leonardo, que eram amantes, foram presos nesta terça-feira (16), por suspeita de terem participado do assassinato .
No depoimento, Leonardo contou que procurou um mototaxista que conhecia da Cidade de Deus e disse que precisava de uma arma e de uma placa de carro. O mototaxista o levou ao interior da comunidade e o apresentou a um traficante, que cobrou mil reais pelo aluguel do revólver e um par de placas de carro.
No dia do crime, 1 de fevereiro, por volta das 8h, Leonardo foi com o seu próprio carro até a Cidade de Deus buscar o revólver e as placas. Após sair da comunidade, trocou as placas e foi para o local de trabalho de Carlos Eduardo, na Vila Cosmos, onde aguardou sua chegada.
Presos:
Quando Carlos Eduardo chegou, Leonardo desceu do banco do motorista e apontou a arma para o empresário, que tentou tirar o revólver de suas mãos, mas não conseguiu.
De acordo com a versão de Leonardo, por conta do nervosismo, ele acabou entrando no banco do carona do veículo. Ao passar para o banco do motorista, esbarrou no câmbio de marcha e, como o freio de mão estava com defeito, o carro acabou andando um pouco, segundo ele. A polícia , no entanto, acredita que o fato de ele ter entrado no banco de carona pode ser um indício de que havia outra pessoa na cena do crime.
Após fugir do local, Leonardo contou que voltou à Cidade de Deus para devolver o revólver. Em seguida, jogou as placas de carro no Canal do Anil. Ele também jogou na água as roupas usadas no crime e vestiu outras que tinham levado.
Vítima foi sozinha até hospital
Após ser atingido por dois disparos, no tórax e no abdômen, o empresário ainda dirigiu o próprio carro até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas morreu na noite do dia seguinte, enquanto passava por uma cirurgia.
De acordo com a 27ª DP (Vicente de Carvalho), inicialmente o caso estava sendo tratado como latrocínio. Entretanto, após depoimento de uma testemunha que falava com a vítima por telefone no momento do crime, os agentes identificaram o autor, que trabalhava no condomínio como supervisor de imagens. Segundo os policiais, o veículo utilizado no homicídio pertence ao acusado pela morte do empresário.
A polícia também conseguiu recolher as cartas de amor que Priscila dava a Leonardo, o que atesta a relação amorosa entre a síndica e o empregado do condomínio.