O governador Cláudio Castro estendeu as medidas restritivas para combate a Covid-19 por mais duas semanas em todo o estado do Rio de Janeiro . Na última sexta-feira (12), em reunião com empresários e prefeitos, Castro decretou a restrição de atividades econômicas e circulação de pessoas durante uma semana.
Entre as medidas, estão a proibição de permanência nas vias entre 23h e 5h; o fechamento de bares e restaurantes às 23h; comércio de rua funcionando de 8h30 às 17h30 e a limitação de público em diversos estabelecimentos. As novas regras começaram a valer no sábado, dia 13, e tinha duração de uma semana.
As medidas têm caráter preventivo, pois ocorrem num momento em que o estado tem cerca de 81% de ocupação de UTI. O governador ainda vai anunciar a criação de mais de 500 leitos destinados para os infectados pelo Coronavírus, mas os leitos não serão em Hospitais de Campanha.
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Só o município do Rio de Janeiro atingiu na terça-feira (16), o índice de 94% de ocupação de leitos de terapia intensiva para Covid-19 na rede pública, levando em conta leitos municipais, estaduais e federais. O percentual é o mesmo de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
As cidades de Petrópolis, Rio das Ostras, Cordeiro Nova Friburgo e Vassouras também já têm pelo menos 90% de ocupação. Os dados são do Painel Covid-19 do Governo do Estado, que mostra ainda outras nove cidades com 100% de ocupação, como Teresópolis, Miguel Pereira e Itaperuna. Em todo o estado, a ocupação de UTIs para Covid-19 na rede pública já chega a 81,4%.
Fiocruz faz alerta
Os números reforçam o alerta feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na noite desta terça-feira, em edição extra do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, em que os pesquisadores apontam que a atual situação do país na pandemia é o "maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil".
No boletim divulgado hoje, a Fiocruz aponta que 24 das 27 unidades federativas do Brasil estavam com índices de ocupação de leitos acima de 80%. Esse dado, no entanto, ainda não incluía o número mais recente divulgado pelo governo do Rio, de 81,4% de ocupação de leitos, o que inclui o estado no nível crítico de alerta, e agrava ainda mais o cenário mostrado pela Fundação.