O Ministério Público Militar pediu a prisão de oito dos 12 militares envolvidos no assassinato do músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, que teve seu carro alvejado por mais de 200 tiros, dos quais 82 teriam acertado o alvo, em abril de 2019, na zona norte Rio de Janeiro . As informações são do jornalista Leandro Resende, da CNN Brasil.
Além de Evaldo, morreu também Luciano Macedo, um catador de materiais recicláveis que tentou ajudar o músico enquanto era alvo dos tiros dos militares. O sogro de Evaldo também foi atingido de raspão.
“Os acusados definitivamente, por prova segura e inconteste dos autos não estavam em situação de legítima defesa. Os militares apertaram os gatilhos de seus fuzis sem previamente certificarem-se de quem eram as pessoas à sua frente. E o fizeram - que fique claro - porque desejavam executar as pessoas que estavam dentro do veículo, acreditando que ali se encontravam os criminosos com quem haviam trocado disparos anteriormente”, diz trecho da manifestação do MPM no processo, obtido com exclusividade pela CNN.
“Assim agindo, mataram, com 82 disparos (!!!), um músico que estava desfalecido dentro de seu carro e cuja esposa e filho de 7 anos tinham acabado de sair correndo para pedir ajuda, feriram um idoso e feriram mortalmente um catador de recicláveis que apenas se aproximou do veículo para prestar ajuda atendendo aos gritos de socorro da esposa de um homem inconsciente”, diz trecho da manifestação do MPM", diz outro trecho.
À época, o exército afirmou que os militares se depararam com um assalto e teriam sido atacados pelos suspeitos. Eles disseram que responderam à agressão e atiraram contra o carro.
Um morador da região, porém, divulgou um vídeo nas redes sociais em que afirma que as vítimas não eram assaltantes, não estavam armadas e que estavam a caminho de um chá de bebê.