Piscina da estação de tratamento do Gandu esvaziada
Reproduçao TV Globo
Piscina da estação de tratamento do Gandu esvaziada

No Rio de Janeiro , moradores da Zona Norte da cidade, reclamam que a água fornecida pela Cedae, novamente apresenta cheiro e gosto ruins, como no caso da geosmina  no início do ano passado. As informações foram apuradas pelo Bom Dia Rio, da TV Globo. 

Com cerca de 50 bairros reclamando sobre o problema, a Cedae  comunicou que as reclamações já foram processadas e que uma coleta da água será feita em todos os bairros que apresentaram queixa.  A Estação do Guandu , por volta das 07h40 da manhã desta quinta-feira (21), foi registrada com uma de suas piscinas de tratamento vazia. E cerca de dez minutos depois, a piscina estava sendo abastecida com uma carga de carvão ativado, opção usada também no ano passado para extinguir as alterações. 

“A informação será atualizada com as análises. Até o momento não há indícios de aumento na proliferação de algas e nem da geosmina/2-MIB. A imagem mostrada do Guandu trata-se de limpeza do decantador, feita rotineiramente”, declarou a empresa. 

Moradora da Vila Valqueire, Mônica Boanafina, declarou que desde da última terça (19), vem sentindo a água da sua casa com cheiro e gosto estranhos, “igual ano passado”. 

“Por enquanto não vimos diferença na coloração, continua transparente, mas estamos preocupados. Queremos saber se tem alguma posição da Cedae”, declarou. 

A Rozane Nanny, moradora da Piedade, na Zona Norte, também reclamou das condições da água ressaltando para sua coloração amarelada. Ainda disse que a residência de sua mãe em Bangu, também apresenta uma água adulterada. 

“Na terça-feira eu percebi. A cor passou, mas o cheiro continua. Ano passado gastei muito com galões”, afirmou.  

Residentes de Senador Camará, Bangu, Sulacap, Engenho de Dentro e Botafogo também relataram problemas na água. 

No ano de 2020, o estado do Rio passou por uma de suas piores crises hídricas da história . Milhares de moradores, durante semanas, estavam recebendo água com gosto, cheiro e até algumas vezes, com cor amarelada em suas casas.

Quando investigada na época, se pensava que o causador do problema seria a geosmina, substancia produzida por algas que se reproduzem no esgoto causando alterações negativas na água. Porém, com o estudo realizado pela UFRJ, foi descoberto que o causador não seria e geosmina e, sim um composto orgânico similar, a 2-MIB, encontrada em esgoto doméstico e poluição industrial. 

No fim de janeiro de 2020, cargas de carvão ativado foram despejadas na Estação Gandu, causando resultado positivos. Dias depois, a água já se encontra limpa e mais própria para consumo. Na época, o governador em exercício, Wilson Witzel anunciou que faria uma obra de R$ 92 milhões para diminuir a quantidade de esgoto que entrava na estação de tratamento, mas o plano foi vetado e acabou não indo para frente. 

Em outubro do ano passado, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado (Agenersa) aplicou uma multa de cerca de R$ 5,7 milhões para a Cedae pela contaminação e um termo também foi assinado para que todos os dias, a empresa meça as cianotoxinas na Estação do Rio Guandu e elabore um relatório mensal sobre os resultados. 

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