Segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Segurança Público do Rio de Janeiro , o estado teve cerca de 1.355 crimes que podem estar atrelados a intolerância religiosa em 2020. O levantamento é publicado na véspera do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa . As informações foram apuradas pelo G1.
As infrações foram divididas em três grupos:
- 1.188 vítimas de injúria por preconceito;
- 144 vítimas de preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional;
- 23 casos de ultraje a culto religioso.
Tendo a marca de aproximadamente três crimes por dia, a ISP informou que a subnotificação desses crimes é recorrente, pois acontecem em regiões que são dominadas por facções e a população não segue em frente com as denúncias por temor do que pode acontecer.
Crimes caracterizados como ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa ocorreram 32 vezes em 2020, número menor do que apresentado em 2019. Tal baixa era esperada pelos templos terem passado grande parte do ano fechados devido a pandemia da covid-19 .
“O ISP divulga esses dados com o intuito de educar e alertar a sociedade para o fato de que a intolerância religiosa é crime e deve ser denunciado. Nós entendemos que esses números ainda são muito subnotificados e a melhor forma de evitar que novos casos aconteçam é garantir que os agressores sejam punidos na forma da lei. Nossa Constituição assegura o livre exercício de todos os cultos religiosos e temos a obrigação de proteger esse direito”, declarou Marcela Ortiz, diretora-presidente do ISP.
Crimes de racismo, injúria racial e ultraje podem ser denunciados em qualquer delegacia. No Centro do Rio, existe uma Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância ( Decradi ), especializada em casos de homofobia, racismo e intolerância religiosa. Denúncias também podem ser feitas pela Delegacia Online da Secretaria de Estado de Polícia Civil.