Desabrigados da ocupação Unidos Venceremos
Fabiano Rocha / Agência O Globo
Desabrigados da ocupação Unidos Venceremos

Em uma reunião da Secretaria de Assistência Social, Laura Carneiro, com os desabrigados por conta do incêndio da última quinta-feira (14), na localidade Jesuítas, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro , os moradores da comunidade Unidos Venceremos — que ficava entre os condomínios residenciais de alvenaria Aveiro e Cascais, do Minha Casa, Minha Vida — decidiram que não querem ir para algum abrigo da Prefeitura.

No momento, há 215 pessoas instaladas no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, sendo 54 crianças e 162 adultos. As famílias estão recebendo água, máscaras, álcool em gel e alimentos.

"Agora de tarde, nós faremos um cadastro como o que foi feito ontem para ver se eles tem algum amigo ou parente que possam recebê-los e ver os que querem ser recebidos em abrigos de famílias, não nos de população em situação de rua. Nós vamos agora com o prefeito Eduardo Paes e com o secretário de habitação para que seja tomada alguma medida", disse Laura.

As roupas doadas estão, neste momento, sendo divididos por gênero, tamanho e idade para serem enviadas às famílias. No momento, há duas crianças no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, uma por desidratação e a outra por ter inalado monóxido de carbono durante o incêndio. Elas passam bem e estão com as suas mães.

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" A mudança agora que deve acontecer, depende da mudança de caixa da prefeitura, vamos tentar uma solução para todos ", informou a secretária.

A ocupação Unidos Venceremos existia há quatro anos e meio e, antes, levava o nome de Joana D’Arc. A mudança se deu com a chegada de dona de casa Rose Rocha. Moradora de Sepetiba, ela chegou à comunidade há dois anos, quando o antigo líder morreu e os moradores se sentiram desamparados.

Em julho do ano passado, os moradores chegaram a fazer um manifesto na Avenida Brasil para reivindicar por moradia digna. Há dois anos, o então prefeito Marcelo Crivella havia prometido aos moradores que levaria todos para o aluguel social .

Em junho, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação havia informado que tinha realizado o cadastramento das famílias da localidade e que estaria concluindo o levantamento para verificar quem teria direito ao Auxílio Habitacional Temporário.

A prefeitura do Rio tinha destacado ainda que, por se tratar de uma invasão irregular, seria preciso que os moradores deixassem as construções, que deveriam ser demolidas, para receber o auxílio. No entanto, muitos teriam se recusado a deixar a comunidade.

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