O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que "nós fizemos a nossa parte", em meio ao colapso na saúde de Manaus que acarretou a falta de oxigênio para pacientes com Covid-19 . Além disso, Bolsonaro também voltou a defender tratamentos sem eficácia comprovada para a doença. As informações são da Folha de S. Paulo .
"A gente está sempre fazendo o que tem que fazer. Problema em Manaus, terrível o problema lá. Agora nós fizemos a nossa parte, [com] recursos, meios", disse o presidente, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. A fala de Bolsonaro foi transmitida por um site bolsonarista.
A capital amazonense vive um cenário recorde de internações por Covid-19 e falta de oxigênio em hospitais. Nesta quinta (14), o insumo faltou em diversas unidades de saúde, levando à morte de pacientes, de acordo com os médicos. As imagens dos profissionais relatando a situação de calamidade e buscando cilindros de oxigênio para atender familiares geraram comoção nas redes sociais.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce e o uso de hidroxicloroquina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada. Além disso, os cientistas também afirmam que não há tratamento precoce para a Covid-19.
"Hoje as Forças Armadas deslocaram para lá [Manaus] um hospital de campanha. O ministro da Saúde [Eduardo Pazuello] esteve lá segunda [11], providenciou oxigênio, começou o tratamento precoce que alguns criticam ainda. Quem critica não toma, fique tranquilo, se tiver um problema de vírus vai se agravar pela idade. Agora vê o médico e ele vai receitar, pode receitar o tratamento precoce. Se o médico não quiser [receitar], procure outro medico, não tem problema", disse.
Vice-presidente
Além de Bolsonaro , o vice-presidente Hamilton Mourão também se pronunciou nesta sexta (15) e disse que o governo federal está fazendo "além do que pode" e que não tinha como prever a crise em Manaus , segundo a Folha .
"O governo está fazendo além do que pode, dentro dos meios que a gente dispõe. Na Amazônia as coisas não são simples, você tem uma capital —como Manaus, a cidade mais populosa da Amazônia Ocidental— e você só chega lá de barco ou de avião", afirmou Mourão, ao chegar em seu gabinete.