Ronnie Lessa,  policial militar reformado acusado de matar Marielle Franco
Marcelo Theobald/Agência O Globo
Ronnie Lessa, policial militar reformado acusado de matar Marielle Franco

Uma nova prova contra o sargento reformado da  Polícia Militar Ronnie Lessa reforça sua ligação com o tráfico internacional de armas. O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ descobriu que o policial comprava ferramentas para a montagem de fuzis de guerra.

Análises de devices (celulares e computadores) do suspeito de executar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes fizeram com que os investigadores chegassem a uma de suas contas ocultas de e-mail, no qual constava uma mulher como usuária.

Por meio desta conta, ele criou outros nomes fictícios para comprar peças de armas, assim como equipamentos para a montagem delas, em sites americanos. Entre os itens registrados, há um pedido de 20 de junho de 2017 referente a uma ferramenta utilizada por armeiros para facilitar a instalação e a remoção de extensores em fuzis AR-15.

No dia 12 de março do ano passado, quando Lessa e seu compadre e ex-PM Élcio de Queiroz foram presos acusados do duplo homicídio, a polícia encontrou 117 peças de fuzis M-16 na casa de um amigo do sargento, no Méier.

No dia seguinte, em outro imóvel, em Jacarepaguá, houve a apreensão de uma mesa com um torno nela aparafusado, que seria usado para a montagem de fuzis. Por conta disso, Lessa responde por comércio de armas na 40ª Vara Criminal da Capital.

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Como as investigações das contas de e-mail do suspeito de matar Marielle e Anderson estão em andamento, houve a descoberta do e-mail, preenchido automaticamente quando houve a análise do computador usado por ele.

Durante o seu interrogatório, em outubro do ano passado, antes da descoberta dos novos e-mails, Lessa disse que o equipamento ficava na varanda de casa e que todos, inclusive visitantes, faziam uso dele.

De acordo com relatório de análise do Gaeco, a conta foi cadastrada em nome de Vera Lucia, em 2 de abril de 2014. Desde então, Lessa estaria negociando peças de armas com intermediários nos Estados Unidos, utilizando-se do aplicativo Pay pal para pagar as compras que fez lá fora.

A informação faz cair por terra, na opinião dos investigadores, a justificativa da defesa de Lessa de que ele estava criando no Rio uma empresa para comercializar peças de armas de airsoft, réplicas que só atiram projéteis plásticos não letais. Elas são usadas em jogos que simulam operações policiais.

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