Com o fechamento das urnas neste segundo turno , o Brasil terá sete políticos que se autodeclaram pretos e pardos no comando das prefeituras das capitais do país. O percentual, de 28%, é menor do que o registrado nacionalmente no último dia 15, quando 32% dos eleitos se declaravam negros.
Entre os prefeitos eleitos, todos estão em cidades do Norte e do Nordeste do país. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não contarão com nenhum político negro nos próximos quatro anos no comando das prefeituras das capitais.
Dentre os eleitos estão estão Tião Bocalom (PP), em Rio Branco (AC), Edvaldo (PDT), em Aracaju (SE), David Almeida (Avante), em Manaus (AM), JHC (PSB), em Maceió, Cícero Lucena (PP), em João Pessoa (PB), João Pessoa Leal (MDB), em Teresina (PI) e Arthur Henrique (MDB), em Boa Vista (RO).
Se considerado a o totalidade das cidades com mais de 200 mil habitantes, o percentual é ainda menor, de 20%. Dos 94 eleitos, apenas dois se declaram pretos - Professor Lupércio (Solidariedade), em Olinda (PE), e Suellen Rossim (Patriota), em Bauru - e outros 15 pardos.
Os números indicam que, mesmo com as cotas, o país está distante de atingir o mínimo de representatividade no Executivo. Segundo dados do IBGE , 56,2% dos brasileiros são negros.
Nem mesmo o recorde de candidaturas de pretos e pardos conseguiu alavancar a taxa no país. Pela primeira vez desde que o tribunal passou a coletar informações de raça, em 2014, os candidatos brancos não representaram a maioria dos concorrentes às vagas eletivas.
Além disso, foi o primeiro pleito em que os partidos tiveram que cumprir regras sobre os repasses de verbas do Fundo Eleitoral para os candidatos negros . A legislação determinou que a mesma proporção de candidaturas negras lançadas pelo partido deve ser encontrada também na distribuição dos recursos.