A abertura de 83 leitos de UTI em quatro hospitais no Rio e em um de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para pacientes com Covid-19 foi anunciada na quarta-feira (18), após o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Chaves , assinar uma resolução. O aumento no número de vagas ocorreu devido a mudanças na classificação dos leitos no sistema , o que antes não permitia a ocupação para tratamento de pacientes com o novo coronavírus apesar de estarem livres.
A expectativa é de que haja a abertura de mais vagas . O hospital modular também pode ter seus 300 leitos colocados à disposição. O secretário afirmou que não vai recorrer a contratos emergenciais para atender à demanda de casos.
A ampliação para internação ocorre no momento em que o estado do Rio de Janeiro atingiu um aumento de 88% na média móvel
em relação a duas semanas anteriores e os números de casos da doença com crescimento de 103%se considerado o mesmo período, de acordo com o boletim divulgado na tarde de quarta-feira, dia 18.
Chaves explicou que a abertura de leitos se deu com a mudança da classificação no sistema, em que os da categoria "verde" passaram para "azul". Na prática, o leito livre do SUS antes era regulamentado pela unidade de saúde e, agora, passa para o sistema, que até ontem tinha fila de espera de 70 leitos de CTI.
Também houve troca de status de casos dos classificados como "vermelho", que sinalizava bloqueio ou impedimento, explicou o secretário em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, nesta quinta-feira.
Você viu?
"(Os leitos) Apareciam, mas de uma maneira de um status bloqueado. O vermelho (como) bloqueado, e quando a gente clicava aparecia falta de recursos humanos, resolvido em 15 de maio, por exemplo. E de posse disso, passavam a ser azuis", disse Chaves.
Os leitos estão divididos entre as unidades:
- 42 no Hospital São José (Caxias)
- 25 Hospital Pedro Ernesto (Rio)
- 3 Hospital Carlos Chagas (Rio)
- 12 Instituto Nacional de Infectologia Fiocruz (Rio)
- 1 Hospital de Anchieta (Rio)
A expectativa é de que o estado do Rio ganhe mais 180 leitos, em fase de ajuste pela secretaria.
O secretário estadual de Saúde ainda falou sobre a preparação para uma possível segunda onda ou crescimento de casos ainda na primeira fase da pandemia no Rio de Janeiro. Entre as estratégias para já ampliar as vagas está a visitação aos hospitais e a possibilidade de abrir o hospital modular.
"A partir de agora, a Secretaria de Saúde vai nos hospitais checar os leitos, fiscalizar. É a função da secretaria. Desse modo a gente pode conseguir mais leitos. O hospital modular que eu fui visitar essa semana com o pessoal do Ministério Público está pronto para abrir 300 leitos se forem necessários", afirmou Chaves.
Centro de escândalos no Governo do Estado durante a pandemia de Covid-19, os contratos emergenciais não serão um recurso, segundo afirmou Carlos Alberto Chaves ao "Bom Dia Rio".
"Os órgãos de controle, através da regulação, (são) uma ferramenta para que todos tenham transparência para saber que daqui em diante não tem mais esse jeitinho emergencial. Porque é muito fácil o emergencial", disse. "E já falei bem claro várias vezes, usar o erário da saúde pública para locupletação é pior do que o assaltante que bota a arma na minha cabeça".