Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde
Reprodução: O Dia
Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde

BRASÍLIA - O Ministério da Saúde classificou como "erro humano" a  publicação feita mais cedo em defesa do isolamento social como principal medida de combate ao novo coronavírus. No texto, que acabou apagado, a pasta reconhecia a inexistência de remédios que previnam ou acabem com a Covid-19, o que contraria o discurso do presidente Jair Bolsonaro. O ministério alega agora que as informações estavam equivocadas e por isso foram deletadas.

"O Ministério da Saúde esclarece que a resposta ao tweet publicado na manhã desta quarta-feira (18) foi apagada – e posteriormente corrigida - por trazer informações equivocadas. Um erro humano que já foi corrigido", diz texto enviado pela assessoria de imprensa ao GLOBO.

Apesar de insistir no tratamento precoce para a Covid-19 e se posicionar contra o isolamento social, a pasta reconheceu na noite desta quarta-feira que não há "solução efetiva" para atender a população e evitar o risco de contágio do novo coronavírus no País.

"A pasta reforça a importância do atendimento precoce contra a Covid-19 e medidas de prevenção, como a lavagem das mãos, o uso de álcool em gel e de máscaras, até que seja encontrada uma solução efetiva para atender a população e evitar o risco de contágio. O protocolo de tratamento para a doença e uso de medicamentos está a critério dos profissionais de saúde, em acordo com a vontade dos pacientes", afirma outro trecho da nota.

O ministério também afirmou que está trabalhando para obter "uma vacina segura, eficaz e em quantidade o quanto antes para disponibilizar aos brasileiros". Ao longo desta semana, a pasta realiza uma série de reuniões com produtores de vacinas com resultados promissores. O ministério promete apresentar um plano de imunização da população brasileira, com foco inicial nos grupos de riscos a serem definidos.

Mais cedo, o ministério publicou em sua conta oficial no Twitter que não há vacina, remédio, alimento ou outra substância que previnam ou possam acabar com a Covid-19. O comentário foi feito em resposta a uma seguidora que sugeriu o uso da Azitromicina para tratar a doença. O medicamento também é defendido por Bolsonaro.

"A nossa maior ação contra o vírus é o isolamento social e a adesão das medidas de proteção individual", dizia a postagem do Ministério da Saúde, que acabou apagada cerca de uma hora depois.

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No final do dia, o Ministério da Saúde se posicionou a favor do "tratamento precoce" da doença nas redes sociais. No texto, a pasta afirma que há possibilidade de aumento do número de casos da doença no País, mas que "apenas as pessoas que estão no grupo de risco e os idosos devem se precaver e evitar o contato com o público".

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso de fármacos como Hidroxicloroquina e Azitromicina como forma de combate à Covid-19, contrariando especialistas e até mesmo integrantes do Ministério da Saúde.

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