Frederick Wassef é acusado de injúria racial por funcionária de pizzaria
Reprodução/TV Globo
Frederick Wassef é acusado de injúria racial por funcionária de pizzaria

Uma funcionária de uma pizzaria de Brasília registrou uma queixa de injúria racial contra o advogado Frederick Wassef, ex-defensor da família Bolsonaro. A mulher relatou à polícia ter sido chamada de "macaca" pelo advogado. O caso foi revelado pela "Veja" e confirmado pelo GLOBO.

De acordo com a Polícia Civil, o caso teria ocorrido na noite de domingo e foi registrado na quarta-feira na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. A vítima, que trabalha em um shopping no Setor de Clubes Sul, não teve sua identidade divulgada.

A mulher relatou que Wassef é um cliente frequente da pizzaria e que é conhecido por ofender os funcionários. Ela disse que não atendeu o advogado no domingo, porque ele já tinha destratado ela antes, mas que mesmo assim ele reclamou com ela da pizza que tinha comido. Wassef teria perguntado a funcionária se ela havia comido a pizza. Após ela negar, ele teria dito, em voz alta: "Você é uma macaca! Você come o que te derem!"

Em outro episódio, que teria ocorrido em outubro, Wassef teria jogado a caixa de uma pizza no chão e dito para ela pegá-la. A funcionário relatou que se sentiu "muito humilhada", mas que pegou a caixa. Depois, segundo ela, comunicou à gerência que não atenderia mais o advogado.

Frederick Wassef foi procurado para comentar, mas não retornou. Ele defendia o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no inquérito que investiga uma suposta "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeira (Alerj), mas deixou o caso após Fabrício Queiroz, também investigo no caso, ter sido encontrado em uma propriedade sua. Wassef também já foi apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro como seu advogado.

Nota oficial de Frederick Wassef

"Tudo que foi dito pela funcionária do Pizza Hut são mentiras e calúnias contra minha pessoa. Sou vítima de uma farsa e armação montada. Sou vítima de denunciação caluniosa que foi organizada sob orientação de terceiros, visando futura ação indenizatória para ganhar dinheiro através desta fraude arquitetada.
Não chamei ninguém de macaco. A funcionária não é negra e mentiu, afirmando que eu a chamei de negra e por isso não queria ser atendido por ela. Foi fazer um boletim de ocorrência três dias após o fato narrado, levou fotógrafo para tirar sua foto na delegacia fazendo o B.O [boletim de ocorrência] e divulgou para a imprensa imediatamente.
Existem seguranças na porta do Pizza Hut, a poucos metros ao lado da pizzaria, que ali ficam permanentemente para fazer o protocolo da Covid 19, na entrada do shopping. Se fosse verdade o que a funcionária afirmou falsamente, teriam me prendido em flagrante e filmado com celulares. Outra mentira é que outros funcionários teriam testemunhado o narrado por ela. Ela estava sozinha no caixa e ninguém estava perto. Apenas parei no caixa para pagar a conta e fui embora. Vou comunicar a polícia deste crime de denunciação caluniosa do qual fui vítima", comunicou o advogado, em nota disponibilizada na tarde desta terça.

De acordo com o Código Penal, a injúria é o ato de ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Caso a injúria consissta na utilização de elementos referentes a raça, cor ou etnia, entre outros, a pena é de um a três anos de prisão.

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