O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta terça-feira que o Conselho de Ética só vai retomar as atividades quando as demais comissões voltarem a funcionar. Com isso, o processo do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), ficará parado nas próximas semanas.
Segundo Alcolumbre, não é possível abrir exceções para o funcionamento de comissões pela "conveniência ou não de um assunto ou outro".
As reuniões presenciais das comissões estão suspensas em razão da pandemia do novo coronavírus. Alcolumbre disse que o assunto só começará a ser discutido a partir do dia 4 de novembro, quando está prevista a próxima sessão de votações do Congresso Nacional.
"O ato do Congresso em virtude do coronavírus paralisou o funcionamento de todas as comissões, e o Conselho de Ética é uma comissão permanente", justificou Alcolumbre em conversa com jornalistas, na tarde desta terça.
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Questionado se o processo de Chico Rodrigues, correligionário de Alcolumbre, não seria urgente, ele respondeu que os outros projetos que estão em outras comissões também são. Desde que o parlamentar foi flagrado com dinheiro vivo na cueca, o presidente do Senado se isolou e evitou comentar publicamente o assunto.
"Vamos fazer uma reunião no dia 4 de novembro do Congresso e eu vou conversar com os senadores porque há uma preocupação de muitos senadores em relação ao funcionamento do Congresso por conta do coronavírus", afirmou Alcolumbre.
"Não posso, por uma conveniência ou não de um assunto ou outro, decidir sozinho isso. Tenho que dividir com todos que estão preocupados com o coronavírus", emendou na sequência.
Mais cedo, o presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), defendeu a volta imediata do colegiado, mas ponderou que a iniciativa dependeria da pressão de lideranças da Casa.
No início da sessão do Senado desta terça-feira, Alcolumbre anunciou que, com o pedido de licença de Chico Rodrigues apresentado hoje, o afastamento determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, perdeu objeto e foi arquivado pela Casa. Após a decisão de Barroso, caberia ao plenário da Casa validar ou não a medida.