A candidata do PSL à prefeitura da cidade de São Paulo , Joice Hasselmann , falou em internação compulsória para viciados e defendeu a presença de igrejas dentro da Cracolândia. A deputada federal foi a entrevistada do iG nesta terça-feira (6). Ela também comentou sobre o fim de cargos comissionados, encerramento dos susbsídios para transportes e sobre a relação com os governos federal e estadual.
Cracolândia
Ao comentar sobre suas propostas para resolver a questão da Cracolândia, Joice disse que irá atuar com pulso firme e em “três faixas”. A primeira diz respeito ao combate ao crime organizado. “Para isso não tem conversa, é rigor da lei. Cadeia”, afirmou a candidata.
Em seguida, ela falou sobre a atuação das igrejas na Cracolândia, falando do “extraordinário” índice de sucesso das entidades na recuperação de viciados e citando a Cristolândia.
“Tem um projeto, por exemplo, chamado Cristolândia, que é um projeto da Igreja Batista que, em dois anos, faz todo esse processo. Ele faz o processo do primeiro detox, que são nove meses, ai ele faz o processo do segundo detox, que são outros nove meses, e ai ele vai para o último estágio, que é o da capacitação profissional”, diz Joice, que afirma que irá trazer essa experiência para dentro da prefeitura.
Por fim, a candidata disse que, em casos extremos, será determinada a internação compulsória dos moradores da região. “Essa pessoa pode matar ou morrer por uma pedra de crack. Então é dever do município dar socorro a essa pessoa, que grita por socorro”, disse Joice.
"Cabides" de emprego e fim do subsídio para transporte
Joice também disse que irá extinguir empresas e órgãos que sejam "cabides" de empregos."Todas as empresas que estiverem atreladas à prefeitura e forem cabides de emprego serão, simplesmente, extintas na canetada. Vai ser assim com a SPTrans e com qualquer uma que seja só cabide de emprego", disse a candidata.
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Além disso, a entrevistada afirmou que irá tirar o dinheiro repassado ao transporte na cidade e irá destinar a verba para custear outros projetos. "Eu vou tirar dinheiro que vai pra máfia dos transportes. Esses R$ 3,1 bilhões, que ano que vem vai chegar a R$ 4 bilhões caso eu não seja eleita, por que se eu seja eleita nenhum centavo. Esses R$ 4 bilhões vão financiar o Banco da Mulher e outras ações", afirmou Joice.
Cargos comissionados e subprefeituras
Joice também afirmou que, se for eleita, irá reduzir o número de cargos comissionados existentes na administração municipal. "De todos os comissionados que tão por ai, vai sobrar meia dúzia de gatos pingados", disse.
A candidata também afirmou que determinará que os subprefeitos sejam pessoas que tenham relação com a região que irão representar. "Eu quero gente que nasceu e cresceu naquela região. Como que eu vou pegar alguém que conhece tudo do Morumbi e colocar pra cuidar de Palheleiros? Vai ser gente raiz, gente da comunidade", disse Joice, que também criticou o modelo atual de subprefeitura.
"Subprefeitos são, em sua maioria, candidatos do mesmo partido do prefeito que perderam a eleição em algum lugar. Ele tá lá no cabide de emprego. Os prefeitos dão um cargo de consolação", afirmou a deputada federal.
Relação com Bolsonaro e Doria
Além de falar sobre suas propostas, Joice comentou sobre como será a relação com os governos federais e estaduais. Ao falar sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ela defendeu uma relação republicana e que trabalhará buscando o melhor para São Paulo. “Será uma relação republicana, séria e de respeito pelo povo de São Paulo”, disse.
Ela também comentou sobre sua relação com João Doria (PSDB), dizendo que, mesmo mantendo as críticas, vai trabalhar ao lado do governador para ajudar a cidade.
Joice também atacou o procurador-geral da República, Augusto Aras, chamando-o de “papagaio de pirata” e dizendo que ele é uma marionete do governo Bolsonaro. “Podem esperar mais perseguição. Ele é um serviçal e tá cumprindo ordens. Vai fazer tudo que seu patrão manda”, concluiu.