Com o retorno das aulas batendo à porta, 16 dos 27 estados ainda não sabem quantos professores de suas redes têm mais de 60 anos ou comorbidades que podem agravar os sintomas da Covid-19 . Os estados que fizeram a análise identificaram que até 40% de seus docentes estão no grupo de risco.
Para especialistas e sindicatos de professores, é "alarmante o número de estados que nem ao menos sabe quantos dos profissionais da educação não poderiam retornar às escolas neste momento". Segundo eles, "a falta de um levantamento indica a falta de organização para a reabertura".
Em Alagoas e na Paraíba, por exemplo, ainda não há previsão de retorno às aulas . Nos dois estados, mais de 40% dos docentes têm mais de 60 anos ou comorbidades. Por isso, as duas secretarias já identificaram que o retorno, quando for possível, será no modelo híbrido — ou seja, com aulas presenciais e atividades a distância.
Na capital paulista, o estado ainda não possui um estudo, mas a rede municipal identificou que 10% dos docentes têm mais de 60 anos. O levantamento ainda não foi finalizado. Todavia, a Prefeitura já iniciou contratação emergencial que pode alcançar até 20% do quadro de professores para que atuem nas escolas quando as aulas presenciais retornarem, mesmo sem data definida.
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No Paraná, que previa o retorno das aulas em setembro, o levantamento indicou que 30% dos docentes estão no grupo de risco. No Amapá, eles identificaram que 20% dos professores estão nos grupos de maior vulnerabilidade para a doença.
Além da grande proporção de professores nesses grupos, as secretarias também consultaram famílias e profissionais e identificaram que a maioria não se sente seguro para o retorno. Por isso, decidiram adiar por tempo indeterminado a reabertura.
No Rio de Janeiro, onde há previsão de retorno em setembro, não há nenhum levantamento sobre as condições de saúde dos professores. Na capital fluminense, a única informação levantada é a de que 10% estão acima dos 60.
O mesmo ocorre no Distrito Federal, que adiou por tempo indeterminado a reabertura das escolas. De acordo com o governo, o levantamento da quantidade de professores no grupo de risco será feito, mas o estado já conta com um banco de mais de 30 mil docentes substitutos.
O Amazonas , que já iniciou a reabertura das escolas estaduais, não informou se fez um levantamento e se sabe a quantidade de docentes que estão no grupo de risco. No primeiro dia de retorno às aulas, as escolas enfrentaram greve dos servidores e houve diversas denúncias de desrespeito às regras de distanciamento social . Esta matéria contém informações da Folha .