Nesta quarta-feira (19), durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, os integrantes do comitê de combate a Covid-19 em São Paulo adiantaram detalhes do protocolo de segurança que será apresentado na quinta e trata sobre a retomada das aulas nas escolas de todo o estado.
Segundo informações do secretário de Educação do estado de São Paulo , Rossieli Soares, o protocolo traz as mesmas informações divulgadas anteriormente: possibilidade de reforço escolar a partir do dia 08 de setembro e volta às aulas no dia 07 de outubro. Ele ressaltou ainda que não há a menor possibilidade de esta retomada ocorrer antes desta previsão.
"Os municípios têm a possibilidade de fazer vetos por questões de saúde , do ponto de vista da vigilância sanitária. Porém, toda a moldura, o processo desenhado pelo estado, se mantém. Caberá agora, na relação com cada município, assim como funciona o Plano São Paulo em outro setores, definir esta relação de permissão a partir desta datas", afirmou Soares.
A análise ocorre um dia após o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, confirmar que a cidade não retomaria as atividades do setor em setembro , data que o governo do estado autorizou para as aulas de reforço escolar e "acolhimento". Para tal, a Prefeitura utilizou um inquérito sorológico feito com diversos jovens em idade escolar e constatou que muitos já entraram em contato com o vírus e estão assintomáticos, o que poderia trazer riscos dentro das salas de aula.
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O posicionamento do prefeito, inclusive, foi tema da uma das questões da coletiva. Ao tratar sobre a possibilidade de diferenciação entre os alunos da capital e das outras cidades, e também sobre a possibilidade de tal decisão abarcar as escolas estaduais, o vice-governador Rodrigo Garcia disse que é preciso tratar a questão da capital como uma "exceção".
" São Paulo tem um sistema de mobilidade urbana diferente do resto do estado, as pessoas se movimentam de forma diferente em uma megalópole. Essa é a principal diferença para as cidades do interior. Por isso, o inquérito feito trouxe um juízo de valor próprio sobre o desafio representado pela volta às aulas", afirmou Garcia.
Ao tratar da questão, o secretário de Saúde Jean Gorinchteyn disse que o Plano São Paulo tem o objetivo de identificar as diferenças entre cada uma das regiões do estado no tratamento sobre a educação.
"Existe uma dinâmica da pandemia em cada local. Sabemos que regiões mais carentes têm mais dificuldades de manter o distanciamento e as aglomerações acabam sendo muito maiores, uma vez que as pessoas não utilizam as máscaras como é feito em outros centros. Isso faz com que o vírus circule mais. Nosso objetivo é identificar essa movimentação e criar estratégias de monitoragem para podermos também efetuar testagens em profissionais da área da educação, bem como nas crianças, e estabelecer estratégias adicionais às medidas sanitárias", afirmou.
Por fim, o secretário da Educação complementou dizendo que as decisões dos municípios serão soberanas, desde que baseadas em critérios de saúde: "assim como acontece com outros setores, como os shoppings por exemplo, em que o município tem autonomia para dizer que não autorizará a reabertura, também ocorrerá com o sistema educacional. Não é na razão educacional, mas sim de saúde ".