Nuvens estão na Argentina, mas devem ter a chegada no Brasil dificultada pelas baixas temperaturas.
Reprodução de Twitter @sebastianarcher
Nuvens estão na Argentina, mas devem ter a chegada no Brasil dificultada pelas baixas temperaturas.

A frente fria seguida de massa polar responsável por derrubar as temperaturas em diversos estados do país pode dificultar a entrada no Brasil de nuvens de gafanhotos que seguem ativas na Argentina. Isto porque, de acordo com especialistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que monitoram a localização dos insetos, o frio intenso registrado atualmente nos dois países ajuda a evitar o deslocamento dos animais.

Além disso, a nuvem localizada mais próxima da área de fronteira entre Argentina, Brasil e Uruguai, próxima à cidade de Federación, divisa da Argentina com o Uruguai, a cerca de 500 km do Rio Grande do Sul, segue controlada após uso de agrotóxicos. O risco dela chegar ao Brasil é considerado baixo.

Um outra nuvem, mais ao centro da Argentina, também está sob controle, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), órgão do país vizinho que monitora a situação.

"Quando esfria, os gafanhotos ficam paradinhos, apenas se movimentando um pouco por aquela região. No final de junho tivemos uma outra frente fria grande. Essa nuvem que se encontra perto do Rio Grande do Sul, que está controlada, ficou quase na mesma posição, ela não se dispersou. Quando esquentou, eles começaram a se movimentar novamente, e isso vai acontecer de novo, quando as temperaturas estiverem acima de 20ºC", explica Daniela Buske, professora do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN), da UFPel.

Atualmente o Senasa monitora outras oito nuvens de gafanhotos ativas, localizadas na região central e no norte da Argentina, perto da fronteira com o Paraguai.

Nova espécie de gafanhoto "gigante"

Nesta quarta-feira, o Senasa declarou estado de alerta fitossanitário em toda a Argentina por conta de uma nova praga de gafanhotos, comumente chamada de '"tucura quebrachera". Trata-se de uma espécie diferente daquela que vem circulando pelo país últimos meses, com exemplares que podem atingir duas ou até quase três vezes o tamanho dos gafanhotos considerados “normais”, de acordo com a imprensa local.

De acordo com o órgão, estes gafanhotos foram detectados nas províncias de Santa Fé, Entre Ríos, San Luis na cidade de Pergamino, Buenos Aires, além de um aumento populacional nas províncias de Córdoba, Santiago del Estero, Santa Fé, Catamarca, Chaco e Salta, causando danos a lavouras de soja, milho e algodão, além de matas nativas e pastagens.

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