Agentes da Polícia Militar de São Paulo estão sendo investigados por forjar a prisão de um homem inocente e conceder uma “entrevista exclusiva” uma emissora de TV. Na ocasião, o Capitão André Silva Rosa deu detalhes sobre a prisão de um homem que era acusado de estuprar e matar uma jovem de 24 anos chamada Francisca Amanda. O caso foi noticiado pela Folha de S.Paulo.
Na entrevista, o capitão disse que a corporação precisava coletar “alguns indícios, algumas provas” que ligassem o morador de rua Clayton Silva Paulino Santos, 34, ao crime. A prisão também foi baseada no testemunho de uma mulher chamada que também foi vítima do mesmo autor do crime dias antes. Ela teria reconhecido Clayton.
Entretanto, a suspeita de que o capitão e sua equipe teriam forjado a prisão do morador de rua cresceu em maio, quando o real autor do crime foi detido e quando a outra vítima voltou atrás de seu reconhecimento e disse que Clayton não foi o autor do crime.
Ela alegou ter sido pressionada pelos policiais para acusar o morador de rua. Segundo a Folha de S. Paulo, ela afirmou que os oficiais teriam dito que ele era o autor do estupro e da morte de Francisca Amanda e que devia ser “punido”. Eles teriam, inclusive, orientado a mulher sobre o que falar para incriminar Clayton.
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Depois de ter confessado que mentiu para os policiais, ela reconheceu o também morador de rua, Fernando Domingos dos Santos Dantas, 30, como o autor do crime. Ele confessou ter estuprado e matado Francisca Amanda, mas negou ligação com outros casos.
Policiais ouvidos pela Folha de S. Paulo disseram não ter informações sobre o grau de envolvimento do capitão no caso e nem se ele apenas se aproveitou da situação para ganhar notoriedade.
O veículo diz ainda que a família de Clayton disse que o capitão foi responsável pela prisão e propagação da notícia, chegando a compartilhar uma foto dele com a TV Record. Os familiares dizem ainda que a acusação quase custou a vida de Clayton, que foi levado ao tribunal do crime e quase foi morto pelo crime.
Segundo o jornal, a Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que instaurou um inquérito para apurar os fatos. A nota divulga diz ainda que, caso seja comprovada “qualquer irregularidade”, os policiais serão responsabilizados.