Dinheiro foi apreendido pela Procuradoria todo em espécie
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Dinheiro foi apreendido pela Procuradoria todo em espécie

A operação de anteontem na qual foi preso o ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos , terminou com R$ 8,5 milhões apreendidos. Segundo informações do Ministério Público estadual, havia R$ 7 milhões em moeda nacional, e o restante em dólares, euros e libras esterlinas .

Ao contrário de informações divulgadas por fontes do MPRJ na sexta-feira, os promotores dizem que, do total encontrado na operação, R$ 5 mil (e não R$ 5 milhões) estavam na casa de Edmar. Todo o resto, afirmam eles, foi  entregue espontaneamente por um dos investigados — cujo nome não foi revelado —, que estava acompanhado de seu advogado.

O GLOBO apurou que parte do dinheiro entregue pelo investigado estava em um carro estacionado em um endereço na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A suspeita é de que os R$ R$ 8,5 milhões também encontrados sejam de Edmar. A informação será investigada. O ex-secretário é acusado de ser chefe de uma organização criminosa que desviou recursos públicos da Secretaria estadual de Saúde do Rio em compras durante a pandemia do novo coronavírus.

Os milhões de reais apreendidos foram contabilizados na presença do investigado e de seu advogado e, em seguida, o dinheiro foi depositado em uma conta judicial do Banco do Brasil. A quantia encontrada com Edmar Santos teve o mesmo destino. O valor apreendido na operação foi tão alto que o banco precisou emprestar máquinas de contar cédulas ao MP.

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Uma das provas apresentadas pelo MP estadual contra Edmar é uma mensagem em áudio, pelo WhatsApp, enviada por ele, no dia 15 de março deste ano, a Gabriell Neves, ex-subsecretário estadual de Saúde, também preso acusado de fazer parte do mesmo esquema.

Segundo o MP, na mensagem, Edmar pede que Gabriell crie uma lista secreta à qual só os dois teriam acesso. “(...) E a segunda coisa. Mapeia para mim todos os endereços de depósito de distribuidor de medicamento, distribuidor de material médico e distribuidor de equipamento aqui no Rio de Janeiro. Cara todos esses endereços de depósito deixa uma lista aí secreta contigo. Só eu e você vamos ter acesso a isso”, diz a transcrição da mensagem, que consta na decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliére, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio, na qual a prisão de Edmar foi decretada.

Ao citar a mensagem transcrita, o magistrado apontou que a mesma reforça os indícios da atuação de Edmar e Gabriell na organização criminosa “instalada na Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro”.

Edmar Santos, que é médico e tenente-coronel da Polícia Militar, foi denunciado pelos crimes de peculato — desvio de dinheiro público por funcionário público — e organização criminosa. Somadas, as penas máximas pelos dois delitos pode chegar a 20 anos de prisão. O ex-secretário de Saúde está preso desde a última sexta-feira no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Edmar Santos deixou o governo de Witzel em maio deste ano, já em meio às denúncias de fraudes na compra de respiradores para pacientes com Covid-19.

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