O inquérito aberto no Supremo Tribuna Federal (STF) para investigar o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub por racismo foi remetido nesta sexta-feira (3) para a Justiça Federal do Distrito Federal, já que ele não tem mais foro privilegiado pelo cargo que ocupava até o mês passado. A decisão foi tomada pelo ministro Celso de Mello, relator do caso no STF. Ele acolheu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Celso abriu o inquérito no fim de abril a pedido da PGR em razão das declarações do então ministro em sua conta no Twitter sobre a China . Weintraub satirizou o modo de falar dos chineses, que provocou dura reação da embaixada da China no Brasil.
O
ex-ministro da Educação
insinuou que os chineses poderiam se beneficiar da crise decorrente do coronavírus e chegou a usar a forma de o personagem Cebolinha, de Maurício de Sousa, falar trocando o "r" pelo "l", em uma referência ao sotaque de chineses que falam português. O embaixador da China, Yang Wanming, chamou Weintraub de racista, e o ministro acabou apagando a publicação.
A prática de ato considerado preconceito
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é punível com reclusão de um a três anos e multa. Um agravante, o fato de realizar esse ato usando publicações em meios de comunicação, torna o crime punível com reclusão de dois a cinco anos.
Weintraub
foi exonerado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro como uma forma de diminuir as tensões com os outros poderes. O ex-ministro já chamou os integrantes do STF de vagabundos e defendeu até mesmo a prisão deles.