Cerca de 50 pessoas estiveram no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio, na tarde desta segunda-feira (29), para prestar as últimas homenagens a Rayanne Lopes, de 10 anos. A menina foi baleada no peito e morta em uma chacina em Anchieta, na madrugada do último domingo. Na ocasião, quatro homens de fuzil desceram de um carro preto e dispararam contra os frequentadores da festa.
O pai da menina, Naum Henrique Silva Lopes, 35 anos, alvejado enquanto tentava protegê-la, participou do funeral e usava uma cadeira de rodas. De acordo com os relatos, ele foi baleado pelas costas e levou três tiros, dois na bacia e um na perna. O homem foi operado no Hospital Municipal Souza Aguiar e, segundo a Secretaria de Saúde, deixou a unidade por conta própria, sem receber alta médica, no fim da manhã desta segunda.
O velório teve início às 14h e a menina foi sepultada uma hora depois. Os familiares não quiseram dar declarações à imprensa. As pessoas usavam máscaras de prevenção contra o coronavírus.
Para os investigadores, o ataque contra o local da festa - na Rua Ernesto Vieira, que fica perto da Favela Az de Ouro -, foi motivado por uma disputa entre traficantes rivais. Segundo testemunhas informaram aos policiais, os atiradores saíram do Chapadão em direção ao local do crime num Fiat Siena preto.
Além da criança, as outras vítimas são Yuri Lima Vieira e Yan Lucas Soares Gomes, ambos de 23 anos, Josué de Oliveira Xavier, de 20, que, segundo a Secretaria estadual de Saude, já chegaram mortos à unidade. Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior, de 22 anos, chegou a ser transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas morreu na manhã de domingo. Os feridos foram transferidos para os hospitais municipais Salgado Filho, Lourenço Jorge, Pedro II, Souza Aguiar e Evandro Freire.