Mãe de João Pedro fez desabafo nas redes sociais
Arquivo familiar
Mãe de João Pedro fez desabafo nas redes sociais

Rafaela Matos, mãe do adolescente João Pedro Mattos, morto dentro de casa durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, fez uma publicação de desabafo em uma rede social na terça-feira (24), dia em que ele completaria 15 anos. A professora expressou a dor que sente pela perda do filho e ainda agradeceu pelo apoio que ela e a família têm recebido.

"Hoje você completaria 15 anos, infelizmente seus sonhos foram interrompidos. Peço à Deus que continue nos dando forças, pois a cada dia, a cada data comemorativa, a dor só aumenta e a sua ausência nos faz muito mal. Agradeço à Deus pelo privilégio de ter sido escolhida para ser a sua mãe,aquela que cuidou e amou até aonde foi permitido. Agradeço à todos que tem nos ajudado nesse momento tão difícil, não tenho palavras, que Deus abençoe todos vocês", escreveu.

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A publicação acompanhava ainda um vídeo com vários registros da infância de João Pedro, fotos de comemorações familiares e de reuniões na escola que frequentava.

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Relembre o caso

De acordo com o laudo cadavérico, João Pedro foi baleado pelas costas e morto com um tiro de fuzil, de mesmo calibre que a arma utilizada pelos policiais. O caso ocorreu na noite do dia 18 de maio, enquanto o rapaz brincava com os amigos no quintal da casa do tio, na Praia da Luz, no Complexo do Salgueiro, durante uma operação conjunta das polícias Civil e Federal.

Segundo os amigos do adolescente, que testemunharam o crime, o grupo correu para dentro da casa quando policiais arrombaram o portão e invadiram a casa atirando. No imóvel, a perícia encontrou mais de 70 marcas de tiros espalhados por três cômodos — a maior parte deles feitos de fora para dentro. Os três policiais civis investigados pelo homicídio mudaram as versões que deram sobre a quantidade de tiros que dispararam no dia do crime. Um deles só entregou o fuzil para a perícia uma semana depois do crime e ficou com material apreendido na operação.

O EXTRA revelou que os policiais civis investigados pelo homicídio do adolescente alteraram a cena do crime. Os agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) que fizeram disparos dentro da casa onde o menino foi morto recolheram estojos de cartuchos calibre 556 — que haviam sido expelidos pelas suas próprias armas — antes de a perícia do local ser feita.

O delegado Allan Duarte, que investiga o homicídio, foi afastado da reprodução simulada do caso. A decisão foi tomada pela Polícia Civil após o EXTRA revelar que Duarte, que é titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), estava na operação que culminou na morte. O delegado, entretanto, permanece como responsável pelo inquérito. A reprodução ainda não tem data para acontecer.

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