Após recente vistoria técnica, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) apresentou denúncia ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) para apurar irregularidades no hospital de campanha instalado no Pavilhão de Exposições do Anhembi. O local é administrado pela organização social Iabas.
Segundo o relatório, o hospital de campanha apresenta situações que colocam em risco a saúde dos pacientes com Covid-19 e dos profissionais de saúde. Entre as falhas estão falta de equipamentos, desrespeito a protocolos de atendimento e problemas sanitários, como higienização e desinfecção.
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O documento revela que o espaço não tem ventilação adequada e que os espaços reservados para os profissionais da saúde - como vestiários e locais para alimentação e repouso - ficam dentro de áreas contaminadas.
O Cremesp aponta ainda a falta de EPIs (equipamentos de proteção individual). Conforme o relatado, máscaras do tipo N95 têm sido usadas por 15 dias. O Conselho diz que essas não podem ser utilizadas por mais de uma semana.
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O gerente médico da ala do hospital de campanha do Anhembi gerenciada pela Iabas, Emerson Santos da Silva, nega irregularidades no local e se diz surpreso com as denúncias do Cremesp. Ele relata que a vistoria do conselho foi feita do dia 20 de maio.
“Recebemos apontamentos dele [fiscal] com elogios e situações favoráveis. É um relatório discrepante com a realidade”, afirma Silva, que desmente haver falta de equipamentos e reforça o rigor com procedimentos de sanitários.
A denúncia do Cremesp não abrange a parte do hospital de campanha que funciona no Palácio de Convenções do Anhembi, que é gerida pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). Essa ala também foi inspecionada, mas o relatório só deve ser publicado nos próximos dias.
O MP-SP diz que recebeu o documento elaborado pelo Cremesp e que solicitou um posicionamento à Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB). Segundo a Promotoria, ainda não houve retorno. Com informações do jornal Agora.