Nesta segunda-feira, 15, a taxa de adesão do isolamento foi de 55%
Hermes de Paula / Agência O Globo
Nesta segunda-feira, 15, a taxa de adesão do isolamento foi de 55%


Após as implementações dos planos de flexibilização do isolamento social no estado e no município, os números mostram que houve queda expressiva na taxa de isolamento no Rio . Nesta segunda-feira, levantamento da Cyberlabs aponta que a adesão chegou a 55%, bem diferente da primeira segunda (1) de junho, quando o registro ficou em 77%. Houve uma queda de 22%, mesmo em dia com temperatura mais baixa e chuviscos ao longo da manhã e tarde.

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A Cyberlabs é empresa de tecnologia focada em inteligência artificial, que, através de câmeras espalhadas pela capital, capta a movimentação e aglomerações nas ruas da cidade e cede os dados à prefeitura.

Segundas-feiras de junho

  • Taxa de isolamento em 1º de junho : 77%
  • Taxa de isolamento em 8 de junho : 72%
  • Taxa de isolamento em 15 de junho : 55%

Segundo a Cyberlabs, nesta segunda, todos os bairros do Rio estão com índice de isolamento abaixo de 75%.

Você viu?

  • Centro: 47%
  • Barra: 69%
  • Botafogo: 41%
  • Copacabana: 66%
  • Ipanema e Leblon: 71%
  • Tijuca: 62%

Pior taxa aconteceu no Dia dos Namorados

Outro estudo mostra que a pior taxa de isolamento social aconteceu no Dia dos Namorados, quando, às vésperas, o prefeito Marcelo Crivella decidiu antecipar, na capital, a volta dos shoppings centers com restrições. No dia 12, o percentual, baseado na movimentação de antenas de celulares, atingiu cerca de 38%: menor número desde o dia 16 de março, bem no início da pandemia, de acordo com um levantamento feito por pesquisadores da Coppe/UFRJ.

O pico da adesão às regras de isolamento social no Rio, de acordo com o material dos pesquisadores Claudio Miceli de Farias (PESC/COPPE e NCE, Roberto Medronho (Departamento de Medicina Preventiva / Faculdade de Medicina) e Guilherme Horta Travassos (PESC/COPPE), aconteceu no dia 22 de março, quando os dados davam conta de que cerca de 65% das pessoas obedeciam às recomendações para que ficassem em casa. De lá pra cá, o número sofreu oscilações e, agora, vem se mantendo menor. No domingo, dia chuvoso no Rio, mais gente ficou em casa, mas a taxa continuou abaixo dos 50% — considerado o mínimo necessário recomendado no enfrentamento ao novo coronavírus .

Um segundo gráfico, no mesmo estudo, que refere-se à percepção de intensidade de movimentação dos celulares, também mostra que estes deslocamentos vêm crescendo cada vez mais, desde a última semana de maio, atingindo o ápice no dia 12.

Dados levantados pela operadora de telefonia TIM, que são repassados ao Centro de Operações Rio, da prefeitura, também sugerem que há muita gente nas ruas. Neste fim de semana, apenas no dia 12 de junho, nos cinco bairros mais críticos, as antenas captaram 24,8 mil usuários em movimentação. Ao todo, no fim de semana, foram 65,3 mil usuários únicos em deslocamento com chips da empresa levando em consideração só os cinco piores do ranking de cada dia. Na lista de bairros onde há mais desrespeito ao isolamento social , estão Bangu, Campo Grande, Guaratiba, Santa Cruz, Rocinha, Centro, entre outros.

Confira os bairros com maior movimentação nesta segunda-feira (celulares da TIM, até 10h50m)

  • Rocinha: 4.190 usuários únicos em deslocamento
  • Santa Teresa: 2.880 usuários únicos em deslocamento
  • Campo Grande: 2.690 usuários únicos em deslocamento
  • Anil: 2.650 usuários únicos em deslocamento
  • Gávea: 2.610 usuários únicos em deslocamento

Confusão

Os decretos municipal e estadual chegaram, num primeiro momento, a causar confusão sobre qual dos textos deveria ser respeitado. Em seguida, cariocas e comerciantes tiveram ainda mais dúvidas, quando uma liminar na Justiça suspendeu as medidas de relaxamento, e, também logo depois, o presidente do TJRJ, Claudio de Mello Tavares, derrubou o ofício e voltou a permitir a reabertura gradual.

Na última semana, Crivella resolveu antecipar uma das etapas do plano traçado pela própria equipe e autorizou a volta dos shoppings centers, na véspera de uma das datas mais aguardadas pelo comércio. Outro fator que também vem contribuindo para a volta das aglomerações, tida como precoce por especialista, são também as manifestações nas ruas a favor e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro, que vêm acontecendo aos fins de semana.

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