A Polícia Federal (PF) apreendeu, nesta segunda-feira (15), mais de R$ 370 mil em bitcoins (criptomoedas digitais) e R$ 101 mil em espécie, documentos e celulares na Operação Exam (exame), que investiga desvio de recursos públicos com fraudes em licitações na área de saúde da prefeitura de Cabo Frio, na Região dos Lagos, estado do Rio de Janeiro. As irregularidades podem ter causado prejuízo de cerca de R$ 7 milhões aos cofres públicos .
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Mandados foram cumpridos também em endereços das cidades de São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro, Miracema, Nova Iguaçu e São João de Meriti, no estado do Rio, de Vila Velha, no Espírito Santo.
Os alvos foram a sede da Secretaria Municipal de Saúde de Cabo Frio, com averiguação do estoque de remédios e insumos do almoxarifado, e o Hospital de Campanha da Unilagos, na mesma cidade.
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De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a investigação teve origem em procedimento anterior à pandemia, que apurava licitações e contratos para realização de exames laboratoriais. Com a colaboração da Controladoria-Geral da União (CGU), a investigação incluiu ainda a compra e a distribuição de remédios. Já no âmbito do inquérito instaurado na Polícia Federal, as apurações recaíram sobre os recursos federais para combate à covid-19 no município.
Ao todo, os agentes federais estiveram em 28 alvos da ação, entre residências, empresas e órgãos públicos. Foram mobilizados 90 agentes da PF e 15 auditores da CCGU. "O planejamento inicial era a realização de operações após passada a pandemia, uma vez que o MPF vem se colocando a favor de medidas restritivas, inclusive, quando for o caso, do isolamento social. Mas verificou-se a necessidade da antecipação da ação ", disse o procurador da República Leandro Mitidieri.
Na casa de um empresário, cujo nome não foi revelado, foram apreendidos R$ 370 mil em contratos de bitcoin, que o detentor tentou destruir logo após a chegada dos policiais federais.
Bitcoins são moedas virtuais, armazenadas em carteiras digitais, que podem estar online ou instaladas em computadores ou celulares. Essas moedas funcionam por meio de um código complexo, único e que não pode ser alterado isoladamente.
A operação apreendeu ainda 14 celulares, 10 HDs, sete desktops, 10 notebooks, uma CPU e dois iPads. Os celulares e computadores serão analisados no laboratório de perícia técnica da Polícia Federal na Superintendência do Rio de Janeiro. Já os documentos apreendidos na ação serão examinados pelos auditores da CGU.