O Ministério da Saúde mudou a forma como é feita a divulgação dos dados da Covid-19 no Brasil e agora vai começar a atualizar os números de mortes e casos confirmados da doença com base nas datas de ocorrências.
A metodologia de divulgação foi alterada após a pasta ser muito criticada por mudar, no final da semana passada, o formato de informar os números e apresentar somente os casos registrados nas últimas 24 horas. Na ocasião, também foram omitidos os acumulados de óbitos e contaminações, as mortes ainda em investigação e os casos em acompanhamento.
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Nesta terça-feira (9), a plataforma do Ministério da Saúde
que monitora os números do novo coronavírus
(Sars-CoV-2) voltou a ter as informações que tinham sido omitidas nos últimos dias.
Apesar de voltar atrás, porém, as mortes e casos continuarão a ser contabilizados como novos somente se ocorreram de um dia para o outro, o que permite que a pasta diminua os números e cause a impressão de que as confirmações estejam diminuindo.
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Dessa forma, uma morte que teve ocorrência no período anterior às últimas 24 horas, por exemplo, não seria considerada na contabilização dos novos óbitos, uma vez que ela seria adicionada de acordo com a data em que a vítima foi registrada como morta. O mesmo raciocínio vale para casos de contaminação.
Desde que as informações sobre a Covid-19 começaram a ser divulgadas, ainda no início da pandemia na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, os números eram divulgados por volta das 17 horas, antes das entrevistas coletivas diárias da pasta para fazer atualizações das medidas de combate à doença.
Depois que Nelson Teich assumiu o comando do ministério, as atualizações passaram a ser feitas às 19h após as entrevistas coletivas, que também deixaram de ser diárias. O novo formato não permiria que os secretários áreas técnicas da pasta comentassem os novos números.
Já sob o comando do general Eduardo Pazuello, que substituiu Teich após menos de um mês de sua posse, o Ministério da Saúde chegou a dizer que divulgaria os dados às 22h para fazer a checagem junto às secretarias estaduais e evitar que houvesse subnotificações.
Na ocasião do atraso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um comentário sobre a mudança e disse que assim acabariam as matérias do Jornal Nacional , da TV Globo, sobre o avanço da Covid-19.