Família do garoto morto pela PM ainda busca respostas
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Família do garoto morto pela PM ainda busca respostas

O laudo da perícia no projétil que matou o adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, teve resultado "inconclusivo", ao comparar as armas de três policiais civis que participaram da operação em São Gonçalo, em 18 de maio.

Segundo o site G1, ainda não se pode dizer de qual arma saiu o disparo. O menino morreu dentro de sua casa, durante uma ação conjunta das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro. Um fragmento do projétil ficou alojado na escápula esquerda de João Pedro.

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A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) apurou que o tiro foi disparado de fuzil calibre 5,56. Para os investigadores ouvidos pelo site, o tiro deve ter atingido uma parede antes de João Pedro. Isso porque o menino é franzino e, por isso, o fragmento da munição não teria ficado alojado, mas atravessaria o corpo dele.

Os três policiais civis investigados são do Serviço Aeropolicial (Saer). Desde o dia 18, eles mudaram duas vezes seus depoimentos. No primeiro, logo após o crime, afirmaram terem dado, juntos, 23 disparos. Uma semana depois, no último dia 25, eles voltaram à Delegacia de Homicídios e afirmaram que atiraram um total de 64 vezes no dia do homicídio.

Os novos depoimentos foram prestados após a polícia concluir e divulgar que o menino havia sido morto por um tiro disparado por um fuzil calibre 556 — o projétil ficou alojado no corpo do menino, foi apreendido e periciado.

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Um dos agentes — justamente o que ia à frente dos demais na incursão e fez mais disparos — admitiu, em seu segundo relato, que atirou com um fuzil calibre 556.

No primeiro depoimento que prestou, logo após o crime, o policial disse que só havia usado um fuzil Parafal calibre 762, com o qual teria atirado dez vezes. Já no segundo relato, ele afirmou ter dado 31 tiros no dia do crime: 15 com o fuzil 762 e outros 16 com a arma calibre 556.

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De acordo com a nova versão do agente, os disparos com o fuzil calibre 762 foram feitos quando ainda estava a bordo de um helicóptero sobrevoando o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

Já o fuzil 556 passou a ser utilizado após o desembarque da aeronave, quando o policial invadiu a casa onde João Pedro brincava com cinco amigos.

No novo depoimento, o policial disse que errou no primeiro relato porque usava o fuzil 556 como “backup” em caso de pane da outra arma que levava, o fuzil 762. Ele afirmou que percebeu o erro após voltar para a base da Core e contar os cartuchos que haviam sobrado.

Os outros dois agentes que entraram na casa também revelaram terem atirado mais vezes. Um deles — que no primeiro depoimento contou ter dado oito tiros com um fuzil 556 — alegou, no segundo, que fez dez disparos com uma arma calibre 762 do helicóptero e 12 tiros de fuzil 556 na casa.

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Já o terceiro disse, nos dois relatos, que só atirou com um fuzil 762. Só que, na segunda versão, admitiu que também disparou da aeronave.

A reprodução simulada da morte de João Pedro será na terça-feira, com a presença dos policiais que estavam na operação e testemunhas que estavam na casa.

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