A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) ouvirá na manhã de quinta-feira os pais do adolescente João Pedro Matos, de 14 anos, que foi assassinado dentro de casa, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, em uma operação conjunta entre as Polícias Federal e Civil, no último dia 19. Além do comerciante Neilton Pinto, pai do menino, sua mãe, a professora Rafaela Matos, a Polícia Civil vai ouvir os adolescentes que estavam na casa no momento em que houve os disparos.
Os depoimentos foram costurados com a Defensoria Pública do estado, que presta assistência jurídica à família, e com o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), ligado ao Ministério Público Estadual. Segundo o delegado Allan Duarte, da DHNSGI, o objetivo é saber com as testemunhas como se deu o confronto dentro da residência. No local a perícia encontrou mais de 70 marcas de tiros. A Polícia Civil aguarda o laudo da perícia de local e o resultado de um confronto balístico feito em três fuzis dos policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) que foram apreendidos.
Leia também: Tia de João Pedro, assassinado no RJ, fala em "cenário de destruição" em casa
Os investigadores querem saber se o tiro que atingiu o menino partiu da arma dos policiais. Assim que os documentos forem entregues à Polícia Civil, a DHNSGI marcará uma reprodução simulada na casa onde o adolescente estava. Acredita-se que o tiro que acertou João Pedro bateu em um outro obstáculo antes de atingi-lo.
Você viu?
Até agora, mais de seis pessoas já foram ouvidas no inquérito que apura a morte do jovem. Entre eles, três policiais da Core, o piloto do helicóptero que levou a criança para o Grupamento de Operações Aéreas (GOA), na Lagoa. Além do paramédico do Corpo de Bombeiros que atendeu a criança no Batalhão do Corpo de Bombeiros que fica no local. A Delegacia de Homicídios também ouviu duas testemunhas que estavam na casa no momento em que João Pedro foi alvejado.
Leia também: Polícias Civil e Militar terão operações suspensas durante pandemia de Covid-19
Paralelo a investigação da Polícia Civil, tramita no Ministério Público Estadual uma outra investigação para apurar as circunstâncias da operação policial.
A Corregedoria Geral de Polícia Civil (CGPOL) instaurou sindicância administrativa disciplinar para apurar a conduta dos agentes que participaram da ação. A apuração corre em paralelo ao inquérito policial instaurado pela Delegacia de Homicídios. Os três foram afastados do serviço operacional provisoriamente e continuarão na Core, exercendo atividades administrativas.