Após uma reunião tensa e com muitas críticas feitas pelo governador Wilson Witzel (PSC), na última sexta-feira (22) no Palácio Guanabara, ficou decidido com os secretários das polícias Militar e Civil, que operações em comunidades do Rio – durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-coV-2) – não poderão ser realizadas, ou pelo menos terão quer ser evitadas. O objetivo é que evitar que, durante trocas de tiros, inocentes sejam mortos. O acordo foi selado entre o governo do estado e entidades e órgãos de direitos humanos após ações da Polícia Militar e da Polícia Civil que resultaram em mortes de jovens.

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Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro
Tomaz Silva / Agência Brasil
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro

A ordem se deu após duas ações da PM – uma na Cidade de Deus, na Zona Oeste, e uma no Morro da Providência, no Centro do Rio, durante entregas de cestas básicas para pessoas carentes – resultarem nas mortes de dois jovens: João Vitor Gomes da Rocha, de 18 anos e Rodrigo Cerqueira da Conceição, de 19. Em outra operação integrada entre a Civil e a Polícia Federal, foi morto o adolescente João Pedro Matos Pinto, 14, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Segundo fontes do governo, a repercussão negativa dessas operações teria irritado Witzel .

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A instrução já foi passada pelo governador a Marcus Vinicius Braga, secretário da Polícia Civil e ao coronel Rogério Figueiredo, da PM.  “Acho que podemos realizar essa integração para que a gente possa criar maior comunicação e evitar que, no momento de uma necessidade de operação, de busca e apreensão ou ação de inteligência das polícias, haja pessoas prestando serviços humanitários nesses locais”, afirmou Witzel, em uma videoconferência com defensores de direitos humanos.

Imagem de uma operação feita pela polícia civil
Tânia Rego / Arquivo / Agência Brasil
Imagem de uma operação feita pela polícia civil

O governador se referiu a uma ação da Polícia Militar em que houve intensa troca de tiros em meio à distribuição de cestas básicas para moradores da Cidade de Deus. S egundo fontes da PM, o secretário da pasta já informou a todos os comandantes dos batalhões que eles estão proibidos de fazerem operações em favelas durante ações sociais.

Além disso, Figueiredo pediu que a Polícia Militar acompanhe qualquer tipo de assistência social dentro de favelas. Para isso, ficou acordado com os líderes comunitários que eles precisam avisar aos batalhões, com antecedência, quando ocorrerão ações sociais. 

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De acordo com a Polícia Civil , as operações realizadas pela pasta visam instruir inquéritos instaurados para apuração de crimes, assim como cumprimento de medidas judiciais. Por fim, a secretaria disse que as ações são baseadas em informações de inteligência e planejamento operacional. Procurada, a Polícia Militar ainda não se pronunciou.

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