Apesar de apoiar lockdown, população tem desrespeitado cada vez mais o isolamento social
Mateus Dantas/Zimel Press/Agência O Globo
Apesar de apoiar lockdown, população tem desrespeitado cada vez mais o isolamento social

Nesta quarta-feira (27), o Datafolha divulgou nova pesquisa sobre o apoio ao isolamento social no Brasil e mostrou que a maioria da população é favorável a implementação do lockdown, que define regras mais rígidas de confinamento, mas que a adesão ao isolamento vem caindo.

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O levantamento, realizado pelo Datafolha nos dias 25 e 26 de maio com 2.069 pessoas por telefone, mostrou que 60% acreditam que a medida de lockdown no país é recomendável, enquanto 36% foram contrários, 2% não souberam responder e 1% se disse indiferente.

A análise dos entrevistados aponta que a parcela mais rica, que ganha acima de 10 salários mínimos, é a mais relutante sobre o tema, com 50% sendo contrário, enquanto o maior apoio acontece na região Nordeste, com quase 70% das pessoas se dizendo favoráveis, e entre os estudantes, que somaram 83% no grupo que apoia a permanência em casa.

Adesão ao isolamento cai

Outro ponto avaliado pela pesquisa foi a adesão da população ao isolamento social. Apesar da maioria acreditar que o lockdown é a medida mais adequada, o apoio às regras de distanciamento caíram desde a última análise: 35% dos entrevistados disseram estar tomando cuidados com a saúde, mas seguem saindo de cada. Nas últimas pesquisas, realizadas nos dias 3, 17 e 27 de abril, esse grupo representava, respectivamente, 24%, 26% e 27%.

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Sobre as regras de isolamento, o total que segue utilizando a máxima do "só saio de casa quando é inevitável" ainda representa a maioria, atingindo 50% da população. Nesse grupo, as mulheres são as que menos saem e também aparecem como as mais favoráveis ao confinamento: 68% antes 52% dos homens.

A pesquisa verificou também aumento no número de apoiadores do chamado "isolamento vertical", apontado pelo presidente Bolsonaro como a melhor opção para a economia e que defende a ideia de que as pessoas que não pertencem aos chamados grupos de risco voltem ao trabalho. Antes, 46% defendiam a medida, contra 52% do atual levantamento.

Apesar da queda identificada, o Datafolha ainda apontou que a população segue tendo uma percepção positiva dos benefícios do isolamento social. Para 65% dos entrevistados, é mais importante ficar em casa e salvar vidas do que retomar a economia. Já os que acreditam que é o momento de flexibilizar somam 28%, percentual maior do que o avaliado nas últimas aferições, quando era de apenas 18%.

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