Nova regra diminui número de mortos confirmados da Covid-19 no Rio de Janeiro
Alexandre Durão/Código 19/Agência O Globo
Nova regra diminui número de mortos confirmados da Covid-19 no Rio de Janeiro

Após uma semana sem divulgar dados de óbitos causados pelo novo coronavírus no Painel Rio Covid-19, a  Prefeitura do Rio restabeleceu nesta terça-feira a publicação dessas informações com novo método.

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A partir de agora, estão sendo consideradas na contagem apenas mortes cujos atestados de óbito contêm confirmação de infecção pelo vírus . A mudança cria um gargalo nas estatísticas: enquanto os hospitais já registraram 2.978 vítimas fatais com suspeita ou confirmação da doença na capital, o painel mostra apenas 1.801 óbitos — uma diferença de 1.177 pessoas que já morreram e deixam de constar no painel. O número maior foi anunciado mais cedo pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que inclui a cidade em seus boletins diários.

Os dados sobre sepultamentos são fornecidos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, que os coletará com os cemitérios cariocas. A diferença desses dados para os dados médicos é que atestados de óbitos são emitidos, muitas vezes, antes que fiquem prontos os resultados de exames que constatam infecções por Covid-19.

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Uma vez que uma pessoa seja enterrada por suspeita da doença, com quadros fatais de pneumonia ou síndrome respiratória aguda grave ( SRAG ), sua certidão de óbito teria que ser retificada para que ela passasse a ser identificada como vítima da pandemia pela Prefeitura. Isso pode ser feito em cartórios e depende dos familiares do paciente que morreu.

Na segunda-feira, a secretária municipal de saúde , Beatriz Busch, já havia afirmado que os dados estavam sendo revistos e que o sistema passaria a mostrar informações divulgadas pelos cemitérios. Ela destacou que, dessa maneira, os dados de óbito passariam a ser divulgados pela data em que, de fato, ocorreram e não quando forem confirmados após os exames laboratoriais.

A nova versão da contabilidade de óbitos tem outra fragilidade. Ao contrário dos dados médicos divulgados desde março, não há separação do número de mortos em cada bairro. Só é possível separá-los por data e local, sem informações sobre a localização geográfica em que as pessoas que morreram residiam.

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Essas informações, no molde antigo de contabilidade, vinham sendo utilizadas pela própria Prefeitura para modular medidas de isolamento social para combater o contágio do vírus. Campo Grande, bairro da Zona Oeste, por exemplo, era um dos líderes em mortes até a semana passadas e foi o primeiro a ser objeto de um " lockdown " para diminuir a circulação de pessoas.

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