Em relação ao ano passado, 2020 registrou aumento de 140% em mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
Marcelo Chello/CJPress/Agência O Globo
Em relação ao ano passado, 2020 registrou aumento de 140% em mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

O estado de Minas Gerais, frequentemente apontado como referência ao combate à Covid-19, apresenta alto índice de subnotificação de mortes pela doença, segundo aponta estudo feito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

A pesquisa considerou registros de óbitos por Síndrome Respiratória Agura Grave (SRAG) de 2017 a 2020 e afirmam que, entre janeiro e abril deste ano, em comparação com os mesmos meses dos anos anteriores, houve um aumento de 648%,61 de vítimas fatais por doenças enquadradas nesta categoria, isto é, que apresentam sintomas semelhantes ao do novo coronavírus (Sars-Cov-2).

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De acordo com dados obtidos dos cartórios, na segunda-feira (25), em Minas Gerais, em 2020, 344 pessoas falaceram em decorrência da Covid-19. No entanto, no balanço da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado na mesma data, 230 óbitos foram registrados - o que representa uma diferença de cerca de 50%. 

Em mortes por SRAGs, no período, o ano de 2020 soma 167 registros, ante 70 no ano passado, elevação próxima a 140%. A pesquisa mostra, ainda, que o primeiro óbito por covid-19 em Minas pode ter acontecido já no início de março, e não no dia 30 daquele mês, como afirma o Estado.

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"O estudo mostrou, ainda, que o aumento desses casos antecedeu os registros oficiais da doença. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, a primeira morte por coronavírus aconteceu em 30 de março, mas o crescimento do número de mortes por outras doenças respiratórias foi observado pelos pesquisadores da UFU já na primeira semana do mês", disse a universidade.

Ainda segundo a UFU, entre janeiro e abril de 2020, 201 mortes em Minas tiveram foram computadas com causa na covid-19. No mesmo período, 539 pessoas faleceram no estado mineiro em decorrência de SRAGs.

Na média dos anos de 2017 a 2019 foram registradas, ainda segundo o estudo, 72 óbitos por SRAGs, chegando-se à elevação superior a 648%.

Os pesquisadores observaram que, por falta de testagem, o número de vítimas fatais pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) sem que haja confirmação de que o falecimento foi pela doença é alto.


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