Douglas Garcia (PSL)
Reprodução/Facebook
Douglas Garcia (PSL)

O deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) contratou com a verba de seu gabinete uma empresa que pertence a um militante pró-Bolsonaro nas redes sociais que já foi acusado de calúnia, injúria, difamação e injúria racial por ataques virtuais contra integrantes ou pessoas próximas do Movimento Brasil Livre (MBL).

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Garcia faz parte da base bolsonarista de São Paulo e é próximo do filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele já foi apontado pela deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), em depoimento à CPMI das Fake News, como parte dos articuladores paulista do “gabinete do ódio” – estrutura de ataques virtuais e disseminação de notícias falsas contra rivais políticos da família Bolsonaro. 

O deputado pagou com a verga de seu gabinete R$ 50 mil, entre 2019 e 2020, pelos serviços da Dataulfo Desenvolvimento Web e Gestão de Rede, que pertence Carlos Alberto Rigat .

Rigat já colaborou com a página de Facebook e YouTube pró-bolsonaro “O Jacaré de Tanga”, onde atacou integrantes do MBL . Foi lá que ele atacou Alexandre dos Santos, irmão de Renan dos Santos, um dos fundadores do movimento, chamando-o de estelionatário.

Alexandre dos Santos entrou com ações contra Rigat, o acusando de calúnia, injúria e difamação. Em uma das ações, o empresário foi absolvido, e a outra está suspensa sem ter uma sentença.

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O empresário também é acusado, em novembro de 2018, de injúria racial pelo vereador Fernando Holiday (DEM), também líder do MBL, devido a um vídeo em que afirma que “na época da campanha do Holiday eu ofereci uma sala aqui para a gente fazer a senzala do Holiday aqui, né?". 

O vereador se sentiu ofendido por ele ter usado a palavra senzala para ele, que é negro. "Como se pode ver, são pessoas que, além de disseminarem mentiras pela internet de forma orquestrada, enxergam em pessoas negras, como eu, uma inferioridade racial. Algo que precisa ser repudiado e punido pela lei o quanto antes", afirmou Holiday à Folha de S. Paulo .

O deputado Douglas Garcia diz que a empresa é responsável pela manutenção de seu site, mas não gerencia suas redes sociais. “Fiz a contratação da empresa dele para divulgar o meu trabalho. Ele cuida do meu site e divulga meu trabalho na Assembleia”, afirmou à Folha de S. Paulo . “O núcleo de fiscalização e controle da Assembleia aprovou a contratação".

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O dono alega que “não distribuo fake news" e que sua empresa "não tem acesso a qualquer rede social do deputado Douglas Garcia" e "limita-se única e exclusivamente à gestão da página web".


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