Segundo epidemiologista,
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Segundo epidemiologista, "lockdown" já deveria ter sido implementado no Rio

Um dos integrantes do Conselho de Experts e do Núcleo de Informação e Pesquisa , que assessora o governo do Rio durante a pandemia do coronavírus , o epidemiologista Roberto Medronho disse, nesta quarta-feira (6), que o lockdown - quando apenas serviços essenciais funcionam - é a única maneira de deter o avanço rápido da doença.

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Em entrevista ao "Bom Dia Rio", o chefe da Divisão de Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) frisou que se a medida não for adotada pessoas poderão morrer em suas casas, sem atendimento médico. De acordo com ele, o lockdown era para "ter começado ontem".

"Nós estamos vendo hoje pessoas lotando as emergências sem vaga de CTI. As pessoas muitas vezes já chegando num quadro praticamente terminal e isso tende a se agravar. Infelizmente poderemos ver pessoas morrendo em casa sem assistência médica. Então, a hora de decretar o lockdown é agora para tentar reduzir essa escalada ainda grande da epidemia ", afirmou.

Ele acredita que o lockdown poderá evitar as pessoas de irem para a rua: "agora, ainda mais com as pessoas desrespeitando o isolamento, acredito que é a medida que vai fazer com que todos fiquem em casa. Com o relaxamento das pessoas, nós estamos vendo que essa curva (número de casos da doença no Rio) está voltando a se acelerar. Daí a necessidade do lockdown".

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Medronho destacou que hoje já vivemos uma calamidade e que, nesse quadro, é necessário que todos sigam as orientações das autoridades de saúde pública.

"Hoje nós temos uma calamidade , nós temos um estado muito difícil de uma pandemia muito grave. Então temos que estar atentos e obedecermos as ordens da autoridade de saúde pública. Porque o objetivo dessas ordens, dessas determinações, é preservar a vida. Nós temos que salvar o máximo de vidas possível. Então não é uma ação de autoritarismo. É uma ação de exercício de autoridade em prol do bem comum, em prol do bem da sociedade", frisou.

Sobre a queda de renda das pessoas mais carentes - algumas insistem em quebrar o isolamento para não deixarem de ganhar o sustento -, o epidemiologista defendeu que os governos federal, estaduais e municipais devem se unir para dar assistência aos necessitados.

"Temos consciência, nós especialistas, que esse remédio é um remédio amargo. Mas é como aquele remédio amargo que a gente dá para uma pessoa, para uma criança, sabendo que ela vai ser curada. O que precisa para amenizar isso é o Estado fazer as políticas de compensação e de mitigação desse problema. Distribuindo renda, fazendo com que essas pessoas tenham o mínimo de subisistência, dando bolsas de alimentação para as comunidades carentes. Porque também não adianta nada se o Estado não entrar com ajuda. Estado que eu digo todos os entes: federal, estadual e municipal unidos para mitigar os problemas, especialmente para aqueles mais necessitados economicamente. São eles que mais estão sofrendo com a pandemia e são eles que podem vir a sofrer com a crise econômica. Temos que ter um olhar especial para essas pessoas", disse.

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