A Agência Nacional de Vigilância Sanitária elaborou uma série de orientações sobre como os profissionais de saúde, os realizadores de autópsia e as funerárias devem lidar com os corpos de pessoas mortas em razão do novo coronavírus. Entre outras orientações, a Anvisa diz que se deve "limpar as secreções" da boca e nariz com compressas, e dar preferência à cremação em vez de enterro. Até o momento, o país registra 18 mortes: 15 em São Paulo, e três no Rio de Janeiro.
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Enquanto o corpo estiver no quarto do hospital, devem entrar no local apenas os profissionais de saúde "estritamente necessários", que devem usar equipamentos de proteção individual (EPIs).
"Todos os profissionais que tiverem contato com o cadáver devem usar: gorro, óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica, avental impermeável e luvas", diz trecho do documento. Dependendo do caso, também devem usar máscaras que filtram partículas do ar, como as do tipo N95 ou equivalentes.
A agência também recomenda cuidado na retirada de tubos, drenos e cateteres usados no paciente morto. Orienta inclusive a "limpar as secreções nos orifícios orais e nasais com compressas" e a "tapar/bloquear orifícios naturais do cadáver (oral, nasal, retal) para evitar extravasamento de fluidos corporais".
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O corpo deve ser colocado em saco impermeável à prova de vazamento e selado. A superfície externa do saco deve ser desinfetada com álcool 70%, solução clorada de 0,5% a 1%, ou outro saneante desinfetante. O saco deve ser identificado e conter a informação de risco biológico em razão do novo coronavírus. A maca de transporte de cadáveres deve ser usada apenas para esse objetivo.
O número de pessoas na sala de autópsia também deve ser limitado ao estritamente necessário. O ambiente deve possuir sistemas de tratamento de ar adequados. Devem ser utilizados procedimentos que evitem a dispersão de partículas pelo ar.
No transporte do cadáver , todos os profissionais devem tomar medidas de precaução até o fechamento do caixão. O veículo usado deve ser desinfetado. Nas funerárias, o manuseio do corpo deve ser o menor possível, e não deve ser utilizada a prática do embalsamento. Os funcionários deverão passar álcool líquido 70% no caixão antes de encaminhá-lo para o velório. "De preferência, cremar os cadáveres, embora não seja obrigatório fazê-lo", diz trecho do documento.
"O(s) funcionário(s) que irá (ão) transportar o corpo do saco de transporte para o caixão, deve(m) equipar-se com luvas, avental impermeável e máscara cirúrgica. Remover adequadamente o EPI após transportar o corpo e higienizar as mãos com água e sabonete líquido imediatamente após remover o EPI", aconselha a Anvisa .
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Com o objetivo de evitar o contágio pelo vírus, a agência recomenda funerais com o menor número possível de pessoas, "preferencialmente apenas os familiares mais próximos". Deve ser evitada a participação de crianças, idosos, grávidas e pessoas com imunossupressão ou com doença crônica. Os presentes também devem evitar apertos de mão e outros tipos de contato físico. O caixão deve ser mantido fechado para evitar contato com o corpo. O local do funeral deve conter água, sabonete líquido, papel toalha e álcool gel a 70% para higienização das mãos.