![Policiais militares, que participavam do motim no Ceará, desocuparam os batalhões após senador Cid Gomes ser baleado. Policiais militares, que participavam do motim no Ceará, desocuparam os batalhões após senador Cid Gomes ser baleado.](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/47/uk/eq/47ukeqn1uipjm86qtof5ovzjm.jpg)
O 3º Batalhão da Polícia Militar em Sobral, onde o senador licenciado Cid Gomes
(PDT) foi alvejado na última quarta-feira (19), voltou para o controle do governo do Ceará. Os policiais grevista ocupavam o prédio desde à noite de terça-feira (18), e deixaram o local antes da chegada do Batlhão de Choque da PM.
O senador licenciado Cid Gomes usou uma retroescavadeira contra os grevistas que estavam amotinados no 3º Batalhão. Antes de ser alvejado, Gomes deu um ultimato aos policiais encapuzados que ocupavam o local.
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"O movimento de vocês é ilegal . Vocês têm cinco minutos para pegarem os seus parentes, as suas esposas, os seus filhos e sair daqui em paz. Cinco minutos, nem um a mais", disse o senador.
O tempo expirou e os grevistas permaneciam nas dependências do Batalhão, foi quando o senador investiu contra os grevistas com uma retroescavadeira. Os manifestantes responderam atacando pedras e com dois disparos contra o ex-governador do Ceará. Um dos projetéis atingiu o peito do senador.
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Gomes foi levado para o Hospital do Coração de Sobral, onde permaneceu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) até a manhã desta quinta-feira. Os médicos apontam que o estado de saúde do político é estável.
Autoridades políticas se manifestaram demonstrando preocupação com o senador, como o presidente do Senada Federal Davi Alcolumbre, que afirmou ter ligado para o pedetista.
"Acompanho com preocupação os desdobramentos do ocorrido com o senador Cid Gomes, na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral, no Ceará. Entrei em contato o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o governador do Ceará, Camilo Santana, para obter informações e garantir a segurança do parlamentar", disse Alcolumbre em nota.
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O governador do Ceára, Camilo Santana (PT), aliado de Cid e Ciro Gomes no estado, repúdiou o ato dos policiais os quais qualificou como "inaceitável" e de "extrema violência" praticada "por um grupo de policiais mascarados, amotinados num quartel". O governador afirmou que já havia solicitado apoio do Governo Federal, por meio dos ministros Luiz Eduardo Ramos e Sergio Moro, "para uma ação enérgica contra essas pessoas que têm agido como criminosos. Esses crimes não ficarão impunes".
Até o momento, três policiais foram presos e 261 estão sendo investigados por participar do motim no Ceará, que foi declarado crime pela justiça na segunda-feira (17).
Dois batalhões foram atacados pelos grevistas, que roubaram dez vituras em um dos quartéis e esvaziaram os pneus de outras ao atacarem a segunda unidade, em Sobral. Os manifestantes também vestiram máscaras e determinaram toque de recolher para os comerciantes da cidade.Os protestos já se espalharam por pelo menos sete cidades cearenses.